Responsabilidade Social • 18:36h • 09 de outubro de 2025
Banco Mundial alerta: 97% da água reutilizável é desperdiçada no mundo
Relatório revela que apenas 3% da água consumida globalmente é reaproveitada; ampliar o reuso é essencial para evitar o colapso hídrico
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Press À Porter | Foto: Arquivo/Âncora1
O planeta está desperdiçando uma das soluções mais eficazes para enfrentar a crise global da água. Segundo o relatório Scaling Water Reuse: A Tipping Point for Municipal and Industrial Use, publicado em junho pelo Banco Mundial, apenas 3% da água consumida por cidades e indústrias no mundo é proveniente de reuso potável ou industrial. Isso significa que 97% da água que poderia ser reaproveitada acaba perdida, enquanto bilhões de pessoas enfrentam riscos crescentes de desabastecimento.
De acordo com o estudo, cidades e indústrias geram quase 1 bilhão de metros cúbicos de água usada por dia, grande parte descartada sem tratamento em rios, lagos e aquíferos. Essa prática amplia a poluição, compromete ecossistemas e agrava a escassez em um contexto de aquecimento global e urbanização acelerada. Hoje, mais de 2 bilhões de pessoas vivem em áreas urbanas com risco hídrico, e até 2050 70% da população mundial estará concentrada nas cidades, elevando ainda mais a pressão sobre os recursos hídricos.
Reuso como solução urgente
Apesar do cenário alarmante, o Banco Mundial aponta que há um caminho viável e econômico: investir na ampliação do reuso. O relatório estima que, com investimentos entre US$ 170 bilhões e US$ 340 bilhões nos próximos 15 anos, seria possível multiplicar por oito a capacidade de tratamento, elevando o reuso de 3% para 25% do abastecimento municipal até 2040.
O impacto seria transformador: além de garantir segurança hídrica, o reuso reduziria custos em comparação à dessalinização e funcionaria como um “seguro climático”, protegendo populações e economias dos efeitos da escassez. Cada metro cúbico de água reaproveitada representa três ganhos simultâneos, a recuperação de água limpa, energia e nutrientes valiosos, e a preservação ambiental, com menor dependência de mananciais naturais.
O exemplo do Brasil
O estudo destaca experiências de sucesso em países como Cingapura, Estados Unidos e África do Sul, mas também aponta o Brasil como referência com o projeto da Aquapolo Ambiental, que fornece água de reuso para o Polo Petroquímico do ABC, na Região Metropolitana de São Paulo. A iniciativa é o maior projeto de reuso industrial do Hemisfério Sul e símbolo de uma mudança necessária.
“Não estamos falando de uma escolha para o futuro, mas de uma necessidade imediata. No Brasil, já provamos que é viável reaproveitar água em escala industrial. Agora, precisamos acelerar e replicar esse modelo, ou o custo será a própria segurança hídrica da população”, afirma Márcio José, CEO da Aquapolo Ambiental.
Um ponto de virada global
O Banco Mundial classifica o momento atual como decisivo: o reuso não deve mais ser visto como alternativa emergencial, mas como eixo central das políticas públicas e das estratégias climáticas. O relatório defende que acelerar o reuso da água é essencial para garantir desenvolvimento econômico, proteger ecossistemas e assegurar um futuro sustentável para bilhões de pessoas.
O estudo completo está disponível no site do Banco Mundial: Scaling Water Reuse: A Tipping Point for Municipal and Industrial Use
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