Ciência e Tecnologia • 13:09h • 08 de setembro de 2025
Só 23% das inovações acadêmicas chegam ao mercado; falta de suporte jurídico trava patentes
Estudo mostra que falta de suporte jurídico reduz licenciamento de patentes; escritórios de PI apostam em modelo por assinatura para cortar custos e ampliar acesso
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Engenharia de Comunicação | Foto: Arquivo/Âncora1

Menos de um quarto das inovações desenvolvidas em universidades brasileiras chegam ao mercado. A constatação é do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), que aponta a ausência de suporte jurídico especializado como um dos principais gargalos para transformar propriedade intelectual em negócios.
Segundo o levantamento, apenas 23,8% dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) conseguiram firmar contratos de licenciamento em 2023. Os NITs são responsáveis pela proteção e transferência de invenções do ambiente acadêmico para exploração econômica.
O peso da falta de especialistas
O problema se agrava pela escassez de mão de obra qualificada em propriedade intelectual (PI). Muitos escritórios não contam com departamentos jurídicos próprios, seja pela dificuldade de encontrar profissionais experientes ou pelo custo elevado de manter equipes fixas. Isso resulta em processos travados, atrasos na análise de marcas e patentes e perda de oportunidades comerciais.
A advogada Karen Sinnema, especialista em PI e fundadora do escritório Sinnema Barbosa, explica que esse cenário compromete a competitividade. “As empresas de PI enfrentam dificuldade para formar equipes robustas e previsibilidade de custos. O modelo tradicional já não atende às demandas do setor”, avalia.
Solução por assinatura
Para enfrentar o desafio, cresce a adesão ao modelo jurídico por assinatura, em que escritórios oferecem pacotes de créditos de serviços mensais ou anuais. Esse formato garante previsibilidade de gastos, escalabilidade de entregas e redução de até 40% nos custos operacionais, sem necessidade de ampliar equipes internas.
Os serviços incluem desde atuação junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) até contencioso administrativo e judicial. Além disso, escritórios como o Sinnema Barbosa oferecem diagnóstico gratuito da operação jurídico-administrativa e soluções personalizadas para cada cliente.
Segundo os sócios Thiago Galito Barbosa e Renata Barbosa, o modelo é voltado para empresas de PI com alta demanda — muitas delas atendendo mais de 100 clientes. “A assinatura possibilita ampliar portfólio de serviços sem a necessidade de criar um departamento jurídico interno”, explicam.
Impacto no ecossistema de inovação
Ao reduzir custos e garantir maior segurança jurídica, a expectativa é que a adoção desse modelo fortaleça os escritórios de PI e, indiretamente, aumente o número de inovações acadêmicas com potencial de se tornarem produtos ou negócios reais.
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