Responsabilidade Social • 13:09h • 12 de novembro de 2025
ABCD é lançada e reforça ações pela segurança de crianças e adolescentes no ambiente digital
Evento apresentou pesquisa inédita que aponta subnotificação de casos de cyberbullying no Brasil e defende mais políticas públicas de proteção digital
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Analitica Assessoria via ABCD | Foto: Arquivo/Âncora1
A Ação Brasileira para Consciência Digital (ABCD) foi lançada na terça-feira, 4 de novembro, em evento realizado no Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo. A associação, sem fins lucrativos, reúne aliados nacionais e internacionais com o objetivo de fortalecer a proteção e a conscientização sobre os riscos enfrentados por crianças e adolescentes nos ambientes digitais.
A entidade busca promover um mundo digital mais seguro, saudável, justo e ético, atuando em campanhas educativas, mobilização de famílias e escolas, incentivo à pesquisa e defesa de políticas públicas voltadas à segurança online. Entre os participantes do lançamento estiveram representantes de organizações parceiras e convidados internacionais, incluindo a advogada espanhola Ana Caballero, vice-presidente da Associação Europeia para a Transição Digital (AETD).
Durante o evento, foram divulgados dados inéditos de uma pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pela ABCD em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O levantamento revelou que um em cada cinco brasileiros afirma ter ao menos uma criança ou adolescente na família vítima de bullying — virtual ou presencial — nos últimos 12 meses, o que representa cerca de 34,4 milhões de vítimas.
Outro dado preocupante indica que 5% dos brasileiros, o equivalente a 8,6 milhões de pessoas, afirmaram conhecer menores de idade vítimas de “desafios” violentos em plataformas digitais, como práticas de automutilação e incitação à violência. A pesquisa, intitulada “Vitimização e percepção sobre violência e segurança pública: um olhar sobre crime patrimonial e violência”, foi realizada entre 2 e 6 de junho de 2025, com 2.007 entrevistas em todo o país.
Segundo Christina Carvalho Pinto, diretora da ABCD, a associação surge para despertar pais e cuidadores sobre os riscos digitais e oferecer ferramentas de apoio. Para o jornalista Luís Henrique Amaral, diretor-executivo da entidade, os dados reforçam a urgência de ações integradas que envolvam poder público, escolas e famílias. Já a psicóloga Fernanda Rizzo di Lione destacou a importância do diálogo e da educação digital como caminhos para uma convivência mais segura na internet.
O lançamento contou ainda com um painel de debates com lideranças de instituições parceiras, como o Instituto Alana, Plan International Brasil, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Instituto Liberta, CIEE, Movimento Desconecta e PRODIGIOZ.
Estudos recentes reforçam a gravidade do problema. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, apenas 2.995 casos de bullying com vítimas de até 17 anos foram registrados em 2024, sendo 15,1% classificados como cyberbullying — cerca de 450 ocorrências. O número é considerado baixo diante da percepção de diretores escolares, dos quais quatro em cada dez afirmam ter presenciado casos.
A nova Lei nº 14.811, que torna o bullying e o cyberbullying crimes hediondos quando resultarem em lesão corporal grave ou morte, foi citada durante o evento como um avanço importante na legislação brasileira.
Outro estudo apresentado, “Aspectos da Violência nas escolas analisados a partir do mundo digital”, revelou aumento de 360% nas postagens com ameaças a escolas entre 2021 e 2025. O levantamento também mostrou que o discurso de ódio migrou da deep web para a internet aberta, tornando-se mais visível e acessível.
Os organizadores destacaram que a criação da ABCD representa um passo decisivo para unir esforços públicos e privados na construção de um ambiente digital mais ético e protetivo para as novas gerações.
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