Mundo • 09:13h • 22 de setembro de 2025

Acidentes domésticos matam 1 milhão de crianças por ano no mundo, diz levantamento

No Brasil, casos aumentaram 21% em 2024; médicos reforçam importância da supervisão constante e de medidas simples de prevenção dentro de casa

Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Midiaria | Foto: Arquivo/Âncora1

Supervisão constante pode evitar a maioria dos acidentes domésticos com crianças

De acordo com a Safe Kids Worldwide, cerca de 1 milhão de crianças morrem anualmente em todo o mundo vítimas de acidentes domésticos. O cenário brasileiro também preocupa: dados do Ministério da Saúde mostram que, apenas em julho de 2024, os atendimentos de crianças de 0 a 9 anos aumentaram 21% em relação ao mesmo período de 2023, passando de 5.679 para 7.746 registros. Entre 2023 e 2024, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) contabilizou 1.548 mortes infantis causadas principalmente por sufocação, afogamento e quedas.

Para a pediatra Isabela Pires, da Afya Educação Médica, os números revelam a gravidade do problema. “Ambientes considerados seguros podem representar sérios riscos para as crianças. Felizmente, muitos acidentes podem — e devem — ser evitados com atitudes simples e a atenção constante dos responsáveis. Um ponto fundamental é que sempre deve haver um adulto específico olhando aquela criança. Não basta achar que todos estão de olho”, explica.

Os riscos variam conforme a idade: bebês de até 8 meses estão mais suscetíveis à sufocação em lençóis e objetos no berço; crianças que engatinham podem sofrer afogamento em baldes, quedas ou choques elétricos; e a partir dos 3 anos aumentam os perigos relacionados à cozinha, atropelamentos e até acidentes com armas de fogo em áreas vulneráveis.

Segundo a intensivista pediátrica Cíntia Johnston, também da Afya, os acidentes mais comuns são quedas, queimaduras, intoxicações, engasgos, afogamentos e cortes. Cada caso exige conduta adequada: observar o estado de consciência após quedas, resfriar queimaduras com água corrente sem aplicar pomadas, incentivar a tosse em engasgos e recorrer ao pronto-socorro em situações graves, como perda de consciência ou dificuldade respiratória.

Orientações para prevenir acidentes domésticos com crianças

Instalar grades de proteção em janelas e escadas;
Usar protetores de tomadas e manter fios fora do alcance;
Guardar produtos de limpeza e medicamentos em armários altos e trancados;
Cozinhar com cabos de panelas voltados para dentro e nunca segurar crianças no colo durante o preparo de alimentos;
Manter baldes, banheiras e piscinas tampados, sem deixar crianças sozinhas nesses ambientes;
Oferecer brinquedos adequados à idade e evitar alimentos de risco para engasgo em menores de 5 anos, como uvas inteiras, pipoca e castanhas;
Capacitar pais e cuidadores em primeiros socorros.

As especialistas reforçam que a maior parte dos acidentes pode ser evitada com supervisão constante e adaptações simples no ambiente doméstico. “É tão importante quanto vacinar ou alimentar adequadamente os pequenos”, conclui Isabela Pires.

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