Mundo • 10:00h • 15 de fevereiro de 2025
Alerta de terremoto falso: o que aconteceu e por que precisamos repensar nossa segurança digital
Alerta automático enviado pelo Google gera pânico e apreensão; falha evidencia riscos de comunicação externa sem fiscalização das autoridades brasileiras
Da Redação | Foto: Divulgação

Na madrugada de sexta-feira, por volta das 2h15, um alerta sobre um possível terremoto no litoral paulista foi enviado para celulares de moradores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A mensagem, gerada automaticamente pelo sistema de alertas do Google, foi disparada para milhares de pessoas nos três estados, causando pânico e incerteza, já que o Brasil não está em uma região propensa a terremotos. Embora o Brasil não esteja em uma área de risco sísmico, o alerta falso gerou grande apreensão entre os cidadãos, que se viram diante de uma situação que nunca haviam experimentado.
Pânico gerado pela falta de esclarecimento imediato
O problema maior, porém, foi que, após o envio do alerta, o Google não emitiu imediatamente um comunicado explicando o erro ou desmentindo a informação. O alerta continuou sendo transmitido, causando pânico e confusão, sem qualquer esclarecimento oficial sobre sua veracidade. Por outro lado, órgãos como a Defesa Civil, o Centro de Sismologia da USP e a Rede Sismográfica Brasileira se apressaram a desmentir a ocorrência de qualquer tremor significativo. Contudo, o dano já estava feito, com muitas pessoas apreensivas e sem saber como agir diante de um suposto fenômeno que nunca aconteceu.
O impacto de sistemas externos e a falta de controle local
O alerta gerado pelo Google foi enviado exclusivamente para dispositivos Android, enquanto usuários de iPhones (sistema iOS) não receberam a mensagem. Isso levanta uma questão preocupante sobre o controle e a autonomia de sistemas externos, como o Google, que operam sob a regulamentação nacional.
Empresas estrangeiras, como o Google, têm o poder de enviar informações diretamente para dispositivos móveis de brasileiros, sem qualquer tipo de autorização do governo brasileiro. Essa autonomia, sem a devida fiscalização e controle, levanta preocupações sobre a segurança e a veracidade das informações que chegam aos celulares dos cidadãos do Brasil.
Além disso, o episódio expõe a fragilidade do sistema de alerta e a dificuldade em verificar a autenticidade das mensagens recebidas pela população. Embora as informações relacionadas a desastres naturais, como terremotos, sejam relevantes, é essencial que os cidadãos possam confiar nas fontes dessas informações, especialmente quando se trata de alertas que podem colocar a segurança das pessoas em risco.
Anatel apura falha do Google e exige explicações
Em resposta ao incidente, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) instaurou um processo administrativo para investigar a falha no envio do alerta de terremoto. A agência está apurando como o Google gerou e espalhou essas mensagens sem qualquer controle ou aviso adequado. A Anatel destacou que a falha não foi parte do sistema oficial de alertas da Defesa Civil, que é a única fonte autorizada a emitir comunicados de emergência relacionados a desastres naturais no Brasil.
A Google, por sua vez, se desculpou publicamente pelo erro e explicou que o sistema de alertas detectou sinais de celulares na região costeira e, a partir disso, enviou automaticamente o alerta. A empresa comunicou que desativou o sistema rapidamente e afirmou que está investigando o ocorrido para evitar falhas futuras. No entanto, a empresa não conseguiu impedir o pânico causado pela comunicação errada, que ainda se espalhou rapidamente.
A preocupação com futuras falhas e a necessidade de maior controle
Este incidente lança luz sobre o controle da comunicação de emergências e destaca a importância de regulamentações mais rígidas para sistemas de alerta que possam impactar a vida dos cidadãos. A falha no envio do alerta de terremoto é uma oportunidade para que os órgãos competentes, como a Anatel e a Defesa Civil, reforcem as normas de controle de informações enviadas a celulares e dispositivos móveis no Brasil. Esse episódio não é apenas uma falha técnica, mas uma preocupação sobre a veracidade das mensagens e o impacto de informações erradas em momentos críticos.
Por isso, é essencial que a população se mantenha atenta aos alertas que recebem e que utilize sempre fontes confiáveis para confirmar informações. Este episódio também reforça a necessidade de uma regulamentação clara sobre como sistemas estrangeiros operam no Brasil e como as mensagens de alerta devem ser enviadas, evitando qualquer confusão ou mal-entendido futuro.
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