Saúde • 13:36h • 28 de novembro de 2025
Anvisa explica como prevenir e agir em casos raros de botulismo após uso de toxina botulínica
Uma nota técnica conjunta orienta profissionais de saúde e a população sobre sinais, riscos e cuidados relacionados ao botulismo iatrogênico, que pode ocorrer após aplicações inadequadas de toxina botulínica
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações da Anvisa | Foto: Arquivo Âncora1
O Ministério da Saúde e a Anvisa divulgaram a Nota Técnica Conjunta 405/2025, com orientações para identificar, notificar e tratar possíveis casos de botulismo iatrogênico — quando a doença aparece após o uso médico da toxina botulínica.
Esse tipo de botulismo é raro, mas pode acontecer se o produto for aplicado em doses muito altas, em intervalos menores do que o recomendado ou em condições inadequadas, o que permite que a toxina chegue à corrente sanguínea e cause efeitos em outras partes do corpo além do local aplicado.
O que é o botulismo?
O botulismo é uma doença grave, causada pela toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Ele não é contagioso, mas exige tratamento rápido.
Medicamentos com toxina botulínica aprovados pela Anvisa continuam sendo considerados seguros e eficazes quando usados por profissionais habilitados e seguindo a bula.
Principais sinais de alerta
Os primeiros sintomas podem incluir:
- visão borrada;
- pálpebras caídas;
- fala enrolada;
- dificuldade para engolir ou respirar.
Em situações mais graves, pode haver paralisia muscular, que pode levar à morte.
Ao perceber esses sintomas, é essencial buscar atendimento imediato. Alguns casos exigem uso urgente da antitoxina botulínica.
Orientações para a população
- Use apenas produtos aprovados pela Anvisa e dentro do prazo de validade.
- Procure sempre profissionais qualificados e clínicas autorizadas.
- Respeite as doses e intervalos recomendados.
- Notifique eventos adversos no sistema VigiMed.
- Se tiver sintomas, procure atendimento e informe o uso da toxina (produto, fabricante e lote, se souber).
Orientações aos profissionais de saúde
- Seguir as recomendações da nota técnica para identificar, investigar e tratar casos suspeitos.
- Notificar obrigatoriamente casos suspeitos de botulismo e registrar eventos adversos no VigiMed.
- Utilizar a antitoxina quando indicado.
Situação no Brasil e no mundo
A Anvisa já havia alertado em março que apenas profissionais habilitados e locais autorizados podem aplicar a toxina botulínica. As bulas também foram atualizadas para reforçar riscos e sintomas, que podem surgir horas ou semanas após o procedimento.
Casos recentes foram registrados em outros países, como Turquia (2023), Estados Unidos (2024) e Reino Unido (2025).
No Brasil, os primeiros casos apareceram em 2024, com dois registros confirmados. Em 2025, já são 11 casos contabilizados, a maioria ligada ao uso inadequado da toxina botulínica tipo A.
A Anvisa reforça que toda suspeita deve ser notificada ao VigiMed, mesmo sem confirmação imediata da relação com o medicamento.
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