• O que estamos realmente vendo no 3I/ATLAS? Novas imagens ampliam um enigma cósmico em construção
  • Como evitar burnout no fim do ano quando você é autista ou tem TDAH
  • Cruzália cancela 4ª Cavalgada deste domingo após chuvas intensas na região
Novidades e destaques Novidades e destaques

Saúde • 14:35h • 18 de março de 2025

Aplicativo desenvolvido na USP ajuda na reabilitação de pessoas que sofreram AVC

A tecnologia contribui para que pacientes com redução de força muscular ou paralisia unilateral realizem atividades cotidianas e recuperem a consciência corporal perdida

Agência SP | Foto: Amanda Pereira

Os testes foram conduzidos em um centro de reabilitação e os pacientes foram consultados.
Os testes foram conduzidos em um centro de reabilitação e os pacientes foram consultados.

Pesquisadores brasileiros desenvolveram um aplicativo de celular que auxilia na reabilitação de pessoas que sofreram acidente vascular cerebral (AVC). A partir de um sensor (acelerômetro) que permite detectar a inclinação do próprio aparelho telefônico preso à roupa do indivíduo, o programa permite identificar a postura e avisar o usuário como melhorar o alinhamento corporal, seja por comando de voz, vibração ou por imagem.

O dispositivo atua na reabilitação de um problema conhecido como hemiparesia, uma das sequelas mais desafiadoras do AVC e que também pode surgir em decorrência de lesões no cérebro ocasionadas por doenças como esclerose múltipla, paralisia cerebral e alguns tipos de câncer. Nesses casos, ocorre a perda de força muscular ou paralisia parcial em um lado do corpo, além de prejuízos na consciência corporal.

“A pessoa com hemiparesia perde a sensibilidade e a percepção de organização espacial. Com isso, ela tomba para um lado, por exemplo, e não percebe que isso aconteceu, chegando até a apresentar dores musculares em virtude do mau posicionamento. Acontece também que, sem a postura correta, ela não consegue executar tarefas cotidianas, como caminhar, cozinhar, dirigir ou subir uma escada, por exemplo. Dessa forma, tanto a consciência corporal quanto o controle do tronco, perdidos com o AVC, precisam ser reaprendidos para garantir a funcionalidade dos membros superiores”, explica Amanda Polin Pereira, atualmente professora do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e primeira autora do artigo publicado na revista JMIR Aging.

O desenvolvimento do software, concebido a partir de uma necessidade observada por Pereira, ocorreu durante o doutorado de Olibário José Machado Neto, bolsista da Fapesp no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP). A pesquisa se deu no escopo de dois projetos apoiados (16/50489-4 e 16/00351-6) pela Fundação e contou com colaboradores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP).

“Do ponto de vista de desenvolvimento de software, foi um trabalho de codesign que de fato uniu duas áreas de conhecimento distintas para atender às necessidades dos pacientes. Isso deu muita agilidade e embasamento para o desenvolvimento do aplicativo, que é totalmente único. Não há nada parecido na clínica que auxilie o tratamento e a reabilitação desses pacientes”, destaca Maria da Graça Campos Pimentel, professora do ICMC-USP e orientadora de Machado Neto.

Os testes foram conduzidos em um centro de reabilitação. Ao longo do processo, os pesquisadores entrevistaram fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais para compreender as necessidades de tratamento. Os pacientes em reabilitação também foram consultados.

“Além de gerar uma infinidade de dados para que futuramente seja possível ampliar o entendimento da hemiparesia, o aplicativo auxilia os pacientes na melhora postural durante essas sessões e permite que os terapeutas possam focar em outras questões de reabilitação, tornando o processo mais eficiente e preciso. Também estamos iniciando um estudo para o uso mais prolongado do aplicativo em casa”, afirma Pereira.

Menos é mais


O aplicativo identifica a postura e avisa o usuário como melhorar. Foto: Amanda Pereira

Ao longo do projeto foram desenvolvidas três versões do app. “Iniciamos com a ideia de um aplicativo vestível, mas notamos que, quanto mais simples ele fosse, melhor seria a sua aceitação entre os pacientes. Por isso, focamos no desenvolvimento do software e, em vez de criar roupas especiais, optamos por costurar bolsos em tops ou regatas que pudessem fixar o aparelho de celular no tronco dos pacientes”, conta Pimentel.

“Por fim, criamos uma tecnologia vestível acessível, que aproveita os recursos de smartphones de baixo custo e de acelerômetros integrados ao celular para monitorar continuamente as mudanças [da direita para a esquerda e para frente e para trás], explorando os feedbacks visual, tátil e auditivo do dispositivo para orientar os pacientes em pé”, explica a pesquisadora.

Segundo Pimentel, o intuito final do trabalho é disponibilizar o aplicativo gratuitamente e alavancar novos estudos a partir dos dados gerados sobre hemiparesia. “O que precisamos agora é de uma colaboração para manter o aplicativo sempre atualizado, algo que demanda tempo de trabalho e investimento financeiro”, afirma.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 20:22h • 13 de dezembro de 2025

Réveillon 2026 combina luxo extremo, imóveis raros e risco crescente de estelionato

Escassez de imóveis premium e alta procura criam cenário inflacionado no litoral brasileiro e ampliam risco de fraudes digitais na virada do ano

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 19:00h • 13 de dezembro de 2025

O que estamos realmente vendo no 3I/ATLAS? Novas imagens ampliam um enigma cósmico em construção

Astrofotógrafo identifica padrões visuais, rotação e um ponto ainda sem explicação em imagens ópticas; ESA confirma emissão de raios X, ampliando o debate científico sobre sua composição e comportamento

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 18:28h • 13 de dezembro de 2025

Agentes autônomos, deepfakes e golpes em escala: por que 2026 marca a virada da defesa bancária

Deepfakes, agentes autônomos e redes de bots impulsionam uma escalada inédita de fraudes, e nova geração de detecção comportamental tenta reequilibrar o jogo

Descrição da imagem

Esporte • 17:32h • 13 de dezembro de 2025

Corrida vira febre global, mas iniciantes cometem erro que mais causa lesões: começar rápido demais

Crescimento histórico do esporte em 2025 exige atenção a técnica, força, progressão e planejamento para evitar lesões entre novos corredores

Descrição da imagem

Saúde • 16:45h • 13 de dezembro de 2025

Como evitar burnout no fim do ano quando você é autista ou tem TDAH

Período festivo intensifica estímulos e exige estratégias claras de autocuidado para evitar esgotamento emocional

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 16:11h • 13 de dezembro de 2025

Viagens com crianças e adolescentes exigem cuidados especiais com documentos

Com a chegada das férias, folgas e recesso de fim de ano, a viagem em família exige cuidados com documentação se envolver crianças e adolescentes. Regras variam conforme o tipo de viagem: nacional ou internacional. O Viaje Paraná reforça orientações para passeios planejados e tranquilos

Descrição da imagem

Saúde • 15:50h • 13 de dezembro de 2025

A espera de Henrique: a rotina de um adolescente que aguarda transplante de coração

História de Henrique, de 14 anos, revela desafios e esperas que marcam a rotina de jovens que dependem de um órgão compatível

Descrição da imagem

Educação • 15:27h • 13 de dezembro de 2025

Participação no GURI eleva desempenho escolar em matemática

Um estudo com participantes do programa Guri aponta que a educação musical melhora o desempenho escolar. Alunos da rede municipal tiveram avanço de 13% em matemática, além de ganhos em criatividade, habilidades científicas e controle emocional

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Paralisação completa do 3I/Atlas intriga cientistas e realinhamento aponta para novo comportamento

Registros confirmados por observatórios independentes em três continentes mostram desaceleração em microetapas, parada total e ajuste direcional incomum, ampliando questionamentos sobre a natureza do visitante interestelar

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025