Ciência e Tecnologia • 17:00h • 02 de junho de 2024
Avanço na Unicamp: Nova molécula pode ser chave para o tratamento de câncer
Pesquisa revela inibidor potencial de proteína associada a vários tipos de tumores, prometendo novas abordagens terapêuticas
Da Redação | Com informações do Governo de SP | Foto: Divulgação

Em um estudo recente publicado no Journal of Medicinal Chemistry, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificaram uma nova molécula que inibe a proteína VRK1, desempenhando um papel crucial na manutenção da integridade do DNA e na proliferação de células cancerígenas.
A pesquisa foi realizada em colaboração com o Aché Laboratórios Farmacêuticos e contou com a participação de cientistas do Brasil e de instituições internacionais.
A proteína VRK1 está envolvida na proliferação de células tumorais em cânceres como de mama, próstata, ovário, intestinos e gliomas.
A molécula desenvolvida pelos pesquisadores mostrou-se capaz de inibir essa proteína, sugerindo uma nova estratégia terapêutica para tratar esses tipos de câncer. Ao bloquear a VRK1, a molécula impede a reparação de danos ao DNA nas células, o que leva à sua morte por acumulação de erros genéticos.
"O estudo abriu novos caminhos para entender como células tumorais podem ser combatidas ao impedir a reparação de seu DNA," explica Rafael Couñago, pesquisador do Centro de Química Medicinal (CQMED) da Unicamp e um dos autores do estudo. Segundo ele, o desenvolvimento da molécula representa um avanço significativo, pois é a primeira vez que um inibidor da VRK1 é descrito com tamanha eficácia e seletividade.
Estrutura tridimensional da proteína VRK1 e, no detalhe, o local em que se liga à nova molécula | Foto: Gov SP
O trabalho foi conduzido seguindo os princípios da ciência aberta, uma prática que promove a colaboração e o acesso livre aos resultados de pesquisa.
Isso permitiu que o projeto, apoiado pelo Structural Genomics Consortium (SGC) e financiado pelo programa Parceria para Inovação Tecnológica (Pite) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), beneficiasse de conhecimentos e recursos compartilhados internacionalmente.
Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores alertam que ainda são necessários mais testes e estudos clínicos antes que a molécula possa ser considerada um novo medicamento.
No entanto, a descoberta abre a possibilidade de futuras terapias mais eficazes e específicas contra o câncer, alinhando-se com o esforço global para compreender melhor e tratar esta complexa doença.
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