Saúde • 13:18h • 03 de dezembro de 2025
Brasil celebra avanços contra o HIV
Ministro Padilha alerta para o estigma e prevenção à doença
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência Brasil | Foto: Arquivo Âncora1
O dia 1º de dezembro marca o Dia Mundial de Luta contra o HIV e o início do Dezembro Vermelho, mês dedicado à conscientização sobre HIV e aids. A data reforça a importância de combater a desinformação, o preconceito e de incentivar os cuidados com a saúde.
Em mensagem nas redes sociais, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que os avanços obtidos ao longo de décadas estão ameaçados por interrupções de programas essenciais, cortes de recursos, menor apoio comunitário e leis que dificultam o acesso aos cuidados, especialmente para populações vulneráveis. Segundo ele, acabar com a aids exige fortalecer comunidades, investir em prevenção e ampliar o acesso ao tratamento.
Atualmente, 40,8 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo. Em 2024, houve 1,3 milhão de novas infecções, e 9,2 milhões de pessoas ainda não têm acesso ao tratamento, segundo o Unaids.
Situação no Brasil
De acordo com o Boletim Epidemiológico HIV e Aids 2024, o Brasil registrou 1.165.599 casos desde 1980. Nos últimos cinco anos, a média anual foi de 36 mil novos registros.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou avanços do SUS, como a redução da mortalidade e a eliminação da transmissão vertical como problema de saúde pública. Ele também reforçou que ainda há desafios, como melhorar o acesso aos serviços, combater o estigma e ampliar a prevenção.
Metas 95-95-95
O Brasil segue as metas da OMS para eliminar a aids como problema de saúde pública até 2030:
- diagnosticar 95% das pessoas vivendo com HIV;
- tratar 95% dos diagnosticados;
- garantir que 95% das pessoas em tratamento tenham carga viral suprimida.
Também foi definido reduzir em 90% a taxa de novas infecções e o número de mortes por aids até 2030, em comparação com 2010.
Dados da epidemia
A taxa de detecção de aids é de 17,8 casos por 100 mil habitantes, especialmente entre pessoas de 25 a 34 anos. A transmissão sexual representa 75,3% dos casos entre pessoas com 13 anos ou mais.
Entre 1980 e junho de 2024, a maior parte dos casos ocorreu em pessoas de 25 a 39 anos, com predominância no sexo masculino (68,4%). A faixa acima de 60 anos teve aumento de 33,9% entre 2015 e 2023.
Em 2023, foram registrados 46.495 novos casos de HIV, um aumento de 4,5% em relação ao ano anterior. Entre eles, 63,2% eram pessoas negras e 53,6% eram homens que fazem sexo com homens.
Entre gestantes, desde 2000, foram registrados 166.237 casos. A taxa de detecção chegou a 3,3 casos por mil nascidos vivos em 2023, um crescimento de 33,2% na última década. A maioria dos casos foi entre gestantes negras e entre mulheres de 20 a 29 anos.
Em 2023, o país registrou 10.338 mortes por aids. Dessas, 63% ocorreram entre pessoas negras e a razão de sexo indica 21 mortes entre homens para cada dez entre mulheres.
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