Educação • 13:03h • 13 de setembro de 2024
Brasil corre contra o tempo para resgatar milhões de leitores perdidos: nova estratégia em ação
Distribuição de livros digitais e impressos pode ampliar acesso à leitura e reverter perda de 4,6 milhões de leitores em quatro anos
Da Redação | Com informações da Agência Brasil | Foto: Divulgação

O setor editorial brasileiro está buscando novas estratégias para aumentar o número de leitores no país, após a queda registrada nos últimos anos. Entre 2015 e 2019, o Brasil perdeu 4,6 milhões de leitores, segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, elaborada pelo Instituto Pró Livro e Itaú Cultural. A fim de reverter essa tendência, o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Dante Cid, sugere a adoção de um modelo combinado de distribuição de livros impressos e digitais.
A proposta visa criar novas oportunidades para o crescimento do número de leitores, especialmente em regiões com acesso mais difícil aos livros físicos. A experiência de escolas estrangeiras, como na Suécia, mostra que o modelo exclusivamente digital pode ter limitações na assimilação de conteúdos pelos alunos. Ainda assim, Cid acredita que os livros digitais são fundamentais em áreas remotas ou onde o transporte de livros impressos é complicado. "Podemos adotar um mix de soluções, com bibliotecas físicas em regiões tradicionais e uma maior presença de livros digitais em áreas de difícil acesso", sugere.
O decreto que regulamenta a Política Nacional de Leitura e Escrita, assinado recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, permite ao governo federal criar um novo Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL), o que abrirá espaço para a implementação dessas ideias. O objetivo é criar políticas públicas que incentivem a leitura e facilitem o acesso a livros, levando em consideração a realidade social e econômica de diferentes regiões do Brasil.
A digitalização, como aponta Pierre André Ruprecht, diretor da biblioteca digital gratuita SP Leituras, pode desempenhar um papel importante nesse cenário. Ele acredita que o decreto é um passo essencial para garantir que medidas concretas sejam adotadas para promover o hábito da leitura no país. "É um compromisso com a execução de ações concretas, essenciais para construirmos um país de leitores com amplo acesso ao conhecimento e à literatura", destaca Ruprecht.
O decreto, assinado no início de setembro, reforça o compromisso do governo em ampliar o acesso à leitura e desenvolver ações integradas que envolvem os Ministérios da Educação, Cultura e Cidades.
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