Ciência e Tecnologia • 11:14h • 21 de novembro de 2025
Brasileira cria tecnologia que identifica câncer em segundos
Dispositivo desenvolvido por pesquisadora auxilia cirurgiões a distinguir tecidos saudáveis e tumorais em tempo real
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações do CFF | Foto: CFF
Uma cientista brasileira é responsável por uma das inovações médicas mais importantes da última década. A química Lívia Schiavinato Eberlin, professora da Baylor College of Medicine, nos Estados Unidos, desenvolveu uma tecnologia capaz de indicar, durante a cirurgia, se um tecido é saudável ou cancerígeno em apenas dez segundos.
O equipamento, chamado MasSpec Pen e apelidado de “caneta que detecta câncer”, permite uma análise imediata e não invasiva. O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, é o primeiro centro fora dos Estados Unidos a realizar um estudo clínico com a tecnologia, em parceria com a Thermo Fisher Scientific, responsável pelo espectrômetro de massas que faz a leitura química do tecido.
Como funciona
A MasSpec Pen é conectada a um espectrômetro de massas, aparelho que identifica as moléculas de uma substância. Durante a cirurgia, o médico encosta a ponta da caneta no tecido suspeito, que recebe uma microgota de água estéril. Essa gota absorve moléculas da superfície e é enviada ao espectrômetro, que interpreta a composição química em tempo real. O sistema então indica se o tecido é normal ou cancerígeno.
Segundo Eberlin, o processo é rápido, não danifica o tecido e funciona como uma “extração” semelhante a passar água pelo pó de café.
Vantagens em relação ao método atual
Hoje, a avaliação das margens cirúrgicas depende do exame de congelação, que pode levar de 20 minutos a 1h30. Durante esse período, a equipe aguarda o laudo enquanto o paciente permanece anestesiado. Além disso, o congelamento pode alterar a estrutura do tecido, dificultando a análise.
Com a MasSpec Pen, o diagnóstico sai na hora, permitindo que o cirurgião defina imediatamente se precisa remover mais tecido ou não.
Novas possibilidades
Em tumores de pulmão e outros casos complexos, a definição precisa das margens é essencial para evitar tanto a retirada excessiva quanto o risco de deixar células cancerígenas.
Para o diretor do Centro de Pesquisa em Imunologia e Oncologia do Einstein, Kenneth Gollob, a caneta oferece ao médico um diagnóstico direto na sala de cirurgia, sem depender do laboratório.
A equipe do hospital também quer avaliar se o dispositivo pode identificar o perfil imunológico do tumor, informação que hoje só é obtida dias após a cirurgia com exames laboratoriais detalhados.
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