Educação • 14:10h • 08 de agosto de 2025
Brincar, errar e criar: a infância pede menos cobrança e mais presença
Sociedade acelerada impõe pressa às crianças, mas especialistas defendem o resgate do tempo livre, do erro e da brincadeira como pilares do desenvolvimento saudável
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da LC Comunicação | Foto: Divulgação/Ciranda Cultural

Em um mundo marcado por metas, produtividade e pressa, até mesmo a infância passou a ser medida por resultados. Atividades lúdicas são substituídas por tarefas estruturadas, o erro é visto como fracasso e o tempo livre é considerado desperdício. A escritora e especialista em educação Iara Mastine propõe um olhar oposto: “A infância é vida em sua forma mais intensa, feita de descoberta, experimentação e encantamento. Não pode ser tratada como ensaio para a vida adulta.”
A forma como os adultos se comunicam com as crianças muitas vezes reflete esse ritmo acelerado. Frases como “só temos cinco minutos, vamos nos atrasar!” são comuns no cotidiano, mas podem gerar estresse e sensação de pressão. Iara propõe outra abordagem: “Ainda temos cinco minutos, vocês precisam de ajuda?”. É a mesma informação, mas comunicada com empatia, respeito e presença — elementos fundamentais para um desenvolvimento emocional equilibrado.
Segundo ela, a pressa em ensinar ou exigir desempenho compromete tanto o lado cognitivo quanto o emocional. “Brincar sem roteiro, desenhar livremente, errar sem medo, tudo isso é essencial. São nesses momentos de pausa que a criança descobre quem é, regula suas emoções e constrói autoconfiança”, afirma. Para ilustrar essa visão, Iara escreveu o livro O Rabisco, que convida adultos e crianças a desacelerarem juntos e valorizarem o processo de aprender.
A autora destaca que o sentimento de pertencimento é peça-chave. Quando a criança é respeitada em seu ritmo e vê sentido na atividade, o aprendizado acontece de forma natural e duradoura. “Criar, brincar, imaginar, explorar. Esses não são desvios do caminho, são o próprio caminho do desenvolvimento infantil”, conclui. O recado é claro: infância não é corrida nem treinamento. É tempo de viver, sentir e se transformar.
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