Educação • 13:13h • 03 de junho de 2025
Cinco caminhos para uma educação antirracista e culturalmente diversa nas escolas brasileiras
Com foco no novo ODS 18 da ONU, especialistas apontam ações práticas para combater o racismo estrutural e valorizar as culturas negra e indígena desde a infância
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da PG1 | Foto: Divulgação

Em 2023 o Brasil deu um passo decisivo rumo à equidade ao instituir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 18, voltado à igualdade étnico-racial. A meta, anunciada oficialmente pelo governo federal na Assembleia Geral da ONU, envolve estados, empresas, escolas e cidadãos em uma missão conjunta: reconhecer as raízes do racismo estrutural e combatê-lo com ações concretas até 2030.
Entre as instituições envolvidas no monitoramento e na implementação das metas, estão os Maristas do Brasil, que vêm propondo caminhos eficazes para transformar o discurso em prática no cotidiano das famílias e das escolas. Com base na experiência de educadores e especialistas, foram elencadas cinco estratégias fundamentais para promover uma educação verdadeiramente antirracista e culturalmente inclusiva:
1. Falar abertamente sobre o racismo estrutural
É preciso ensinar às crianças e adolescentes que o racismo está presente em narrativas históricas, linguagens e práticas sociais. E mais: mostrar que isso pode ser desconstruído a partir do amor, do respeito e do conhecimento.
2. Valorizar as diferenças como riqueza cultural
A diversidade brasileira é fruto da mistura de etnias e culturas. Ir a museus, ler livros e explorar manifestações culturais de povos indígenas e afrodescendentes são formas de reforçar essa pluralidade.
3. Reconhecer a dívida histórica do Brasil
O pedido oficial de desculpas pela escravidão, feito em 2024, deve ser apenas o começo. É preciso garantir políticas públicas efetivas para reduzir desigualdades sociais e raciais que ainda persistem.
4. Praticar uma leitura crítica do mundo
Quem está representado nas ruas, monumentos, livros e filmes? Incentivar o pensamento crítico nas crianças ajuda a desconstruir mitos e a questionar narrativas excludentes.
5. Estabelecer diálogo constante com a escola
Ambientes escolares ainda são os que mais registram casos de racismo, segundo pesquisas recentes. Por isso, é essencial que famílias e escolas atuem juntas para implementar ações antirracistas no currículo e no cotidiano escolar.
A coordenadora Raimunda Caldas, do Marista Brasil, reforça que as escolas têm papel estratégico para o cumprimento da meta 8b do ODS 18, que prevê ações obrigatórias sobre culturas afro-brasileiras e indígenas nos currículos escolares. Leis como a 10.639/2003 e a 11.645/2008 já apontam esse caminho, mas a efetivação depende de um compromisso coletivo.
A educação, quando aliada à diversidade, não apenas combate o racismo, mas também prepara cidadãos mais empáticos, críticos e conscientes do papel que cada um desempenha na construção de uma sociedade verdadeiramente plural.
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