Saúde • 15:13h • 12 de novembro de 2025
Cirurgias de câncer de próstata crescem 30% no SUS e atingem 38 mil em 2024
Levantamento mostra que Norte e Nordeste lideram crescimento e refletem melhora no acesso aos serviços de alta complexidade
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Sensu Comunicação | Foto: Divulgação
O Sistema Único de Saúde (SUS) realizou 37.917 cirurgias de câncer de próstata em 2024, o maior volume dos últimos seis anos e 30% acima do patamar registrado antes da pandemia. Os dados são do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR), com base no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) do Ministério da Saúde. Entre 2019 e 2024, o total acumulado foi de 173.323 procedimentos.
A pandemia da Covid-19 provocou forte queda em 2020, quando o número de cirurgias despencou 30,6%. Desde então, o SUS apresentou recuperação contínua: aumento de 38,7% em 2022, 13,2% em 2023 e 10,9% em 2024. Segundo o urologista e cirurgião oncológico Gustavo Cardoso Guimarães, diretor do IUCR, o avanço reflete o esforço de reorganização da rede pública. “A curva mostra a capacidade de resposta e o empenho das equipes em recuperar o tempo perdido com qualidade e segurança”, afirma.
O estudo também indica mudança na distribuição regional. O Sudeste segue com o maior número absoluto de cirurgias, mas Norte e Nordeste registraram os maiores crescimentos, de 75,5% e 58,6%, respectivamente. Para Guimarães, a expansão nessas regiões demonstra avanço na equidade de acesso. “Mais pacientes estão chegando ao tratamento em tempo oportuno, o que tem impacto direto nos resultados clínicos”, destaca.

Estudo mostra recuperação do SUS após pandemia e avanço na urologia oncológica
Em 2024, os estados com maior volume de cirurgias foram São Paulo (8.849), Minas Gerais (5.001), Bahia (3.684), Rio de Janeiro (3.068) e Rio Grande do Sul (2.404). Entre os menores números estão Roraima, Rondônia, Amapá, Acre e Tocantins.
O câncer de próstata é o tipo mais comum entre os homens no Brasil, excluindo o de pele não melanoma. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 72 mil novos casos por ano no triênio 2023-2025.
A análise do IUCR ressalta que os dados de 2019 a 2024 ainda não incluem as cirurgias robóticas, recentemente incorporadas ao SUS. A nova tecnologia, que oferece maior precisão e recuperação mais rápida, deve começar a aparecer nas bases oficiais a partir de 2026, após a regulamentação e habilitação dos centros especializados.
Para Guimarães, o cenário indica que o SUS está entrando em uma nova fase. “Depois da recomposição pós-pandemia, o desafio é garantir que a expansão venha acompanhada de qualidade, equidade e tecnologia”, conclui.
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