• Furto de placas em túmulos no cemitério de Assis é identificado dias antes do Dia das Mães
  • No Rotary Day em Assis, Fatec promove a 'Fatec Street Store' com doações para quem precisa
Novidades e destaques Novidades e destaques

Saúde • 09:25h • 21 de janeiro de 2025

Classificação da OMS para síndrome de burnout passa a valer no Brasil

Síndrome causa sintomas como esgotamento físico e mental em decorrência de situações relativas ao trabalho. No Brasil, ela já era motivo de afastamentos e até mesmo aposentadoria com respaldo do INSS e da justiça

Da Redação com informações de Agência Gov | Foto: Caminhos da Reportagem/TV Brasil

Em casos mais graves, o burnout pode levar à depressão, isolamento social e pensamentos suicidas.
Em casos mais graves, o burnout pode levar à depressão, isolamento social e pensamentos suicidas.

Está em vigor no Brasil desde a primeira semana deste ano a mais recente Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma das principais novidades do documento é a inclusão do burnout na lista de doenças ocupacionais.

A síndrome causa sintomas como esgotamento físico e mental em decorrência de situações relativas ao trabalho. No Brasil, ela já era motivo de afastamentos e até mesmo aposentadoria com respaldo do INSS e da justiça. A adoção da classificação da OMS consolida o burnout como uma questão de saúde pública no país.

De acordo com dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), cerca de 30% das pessoas ocupadas em território nacional sofrem com a doença de ordem mental. O país ocupa a segunda posição no ranking mundial de casos.

“Já há algum tempo o aumento na frequência de afastamentos do trabalho vem sendo um tema do capitalismo internacional. A OMS e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), vêm apontando os transtornos mentais como um problema de risco no trabalho na atualidade”, afirma a professora e pesquisadora Cláudia Osório, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

A especialista em psicologia e saúde de trabalhadores e trabalhadoras participou do mais recente episódio do podcast Repórter SUS. Na conversa, ela ressalta o peso do pensamento neoliberal e das dinâmicas do capitalismo nessa equação.

"O modo de pensar neoliberal do capitalismo é claramente responsável pelo aumento da frequência de depressão e burnout, principalmente. Mas temos também outras doenças (associadas a esse cenário), como infartos do miocárdio, casos de morte súbita nos corredores da empresa, suicídios de executivos na Europa em suas mesas de trabalho. Tudo isso está no mesmo pacote".

Nas palavras da professora, a gestão por metas - cada vez mais comuns nos ambientes de trabalho - tende a desconsiderar as condições reais da vida e do trabalho. "A tal da política de excelência coloca uma situação em que as pessoas estão sempre devendo em termos de bom desempenho no trabalho", pontua.

Os sintomas de burnout podem se manifestar de diversas formas e impactam a saúde física, emocional e social. Na lista de sinais que exigem atenção estão a sensação persistente de esgotamento e falta de energia, dificuldade de concentração, irritabilidade e ansiedade.

Além disso, pessoas acometidas pela doença podem apresentar alterações no sono, como insônia ou sonolência excessiva, dores de cabeça frequentes, tensão muscular e problemas gastrointestinais. O desinteresse pelas atividades laborais e a perda de motivação também são comuns.

Em casos mais graves, o burnout pode levar à depressão, isolamento social e pensamentos suicidas. "Não é qualquer depressão, é um tipo muito específico; por isso, merece a diferenciação. Não são os ossos do ofício. Não é normal que o trabalho leve alguém a um ponto de esgotamento em que um fim de semana não te deixa descansado para retomar na segunda-feira", alerta a pesquisadora.

O cinismo também é um dos sintomas do burnout. Ele se manifesta em comportamentos de indiferença e descaso pelo trabalho. Com o tempo, essa situação pode levar a uma perda total de sentido na função exercida.

“Essa é uma característica que pode até aumentar o preconceito, um tipo de depressão muito focado no trabalho. A pessoa pode ter ânimo para ir ao cinema, estar com a família, brincar com os filhos, e não ter ânimo para trabalhar. É um mecanismo de defesa para a pessoa não desmoronar de vez", explica Cláudia Osório.

A especialista afirma que a solução para o problema está na garantia de participação de trabalhadores e trabalhadoras e na coletividade. Segundo ela, é necessário se pensar em novas relações de trabalho.

“Uma gestão mais participativa de fato - não por enquete, não por pesquisas de clima, mas sim participação de fato - é muito importante. Vemos sindicatos bem intencionados querendo proteger a saúde de seus trabalhadores e brigando por atendimento psicológico, terapia, psicoterapia. Muito mais importante é a mudança das normas de trabalho, do grau de participação dos trabalhadores, da possibilidade da existência de coletivos de trabalhadores fortes no dia a dia de trabalho”.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 17:32h • 14 de maio de 2025

Por que o vinho esquenta? Entenda o efeito da bebida nos dias frios

Sommelier explica a ciência por trás da sensação térmica do vinho e sugere rótulos perfeitos para aquecer seu inverno

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 17:02h • 14 de maio de 2025

Governo de SP promove destinos paulistas em roadshow pela América do Sul

Setur-SP apresentará a diversidade de atrativos paulistas, como o Circuito das Águas, o Circuito das Frutas, o Vale do Ribeira e a Serra da Mantiqueira

Descrição da imagem

Economia • 16:43h • 14 de maio de 2025

TikTok Shop no Brasil: nova plataforma pode movimentar até R$ 39 bilhões até 2028

Com a chegada do e-commerce da ByteDance, novas oportunidades se abrem para empresas brasileiras e chinesas; especialista aponta impactos no comércio internacional e no modelo de social commerce

Descrição da imagem

Educação • 16:10h • 14 de maio de 2025

Caixa Econômica Federal abre mais de 3 mil vagas de estágio com inscrições gratuitas

Processo seletivo é voltado para estudantes de diferentes níveis de ensino e as provas serão realizadas de forma online até 5 de junho

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 15:51h • 14 de maio de 2025

Maio Amarelo: avanço na inclusão veicular de pessoas com autismo cresce 700% em SP

O adesivo de Identificação Veicular TEA serve como um alerta visual para os demais motoristas, informando que naquele veículo há uma pessoa com autismo

Descrição da imagem

Economia • 15:16h • 14 de maio de 2025

Mudanças nos termos de uso da Nintendo geram notificação do Procon SP por prática abusiva

Empresa tem 48 horas para esclarecer mudanças que podem ser ilegais, segundo especialistas do Procon

Descrição da imagem

Classificados • 14:39h • 14 de maio de 2025

Jovens empreendedores do Sudeste têm até 1º de junho para se inscrever no Shell Iniciativa Jovem 2025

Programa de empreendedorismo gratuito oferece capacitação e suporte a jovens de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo até 1º de junho

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 14:01h • 14 de maio de 2025

Pesquisa inédita: vulnerabilidades de adolescentes na internet será lançada na Alesp nesta quinta-feira

Dados da pesquisa do ChildFund Brasil destacam o aumento da violência sexual online e alertam para a necessidade de ações de proteção

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025

Especialistas alertam para a necessidade de estratégias robustas para mitigar os impactos de um possível colapso digital

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento

Quanto seria o ingresso se o show de Lady Gaga fosse pago?