• Operação em Assis aborda mais de 200 motos e aplica 48 multas por diversas irregularidades
  • Pesquisa brasileira usa Arara e Beija-flor como modelo para criar drones mais eficientes
  • Festival literário em Assis recebe autora de obra com lendas brasileiras e distribuição gratuita
  • Coronel da PM Rodoviária elogia queda nos acidentes e destaca fiscalização recorde em Assis e região
Novidades e destaques Novidades e destaques

Responsabilidade Social • 08:44h • 24 de janeiro de 2025

Com 105 mortes em 2024, Brasil é o país que mais mata pessoas trans

País ocupa liderança do ranking de assassinatos há 17 anos

Agência Brasil | Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A maior parte dos casos foi na Região Nordeste.
A maior parte dos casos foi na Região Nordeste.

No ano passado, 105 pessoas trans foram mortas no Brasil. Apesar de o país ter registrado 14 casos a menos que em 2023, o país segue, pelo 17º ano consecutivo, como o que mais mata pessoas trans no mundo. Os dados são do Dossiê: Registro Nacional de Mortes de Pessoas Trans no Brasil em 2024: da Expectativa de Morte a um Olhar para a Presença Viva de Estudantes Trans na Educação Básica Brasileira, da Rede Trans Brasil.

O dossiê, que será oficialmente lançado no próximo dia 29 nas redes sociais da organização, reúne os casos divulgados por meios de comunicação, como internet, redes sociais, jornais e emissoras de televisão, ao longo do ano passado.

A maior parte dos casos, 38%, foi na Região Nordeste, que continua sendo a que mais registra mortes de pessoas trans desde 2022. A Região Sudeste aparece em segundo lugar, com 33% dos assassinatos, seguida pelo Centro-Oeste, com 12,6% dos mortes; pelo Norte, com 9,7%, e Sul, com 4,9% dos casos.

Entre os estados, em números absolutos, São Paulo foi o estado com maior registro de assassinatos: 17. Minas Gerais, com 10 casos, e o Ceará, com 9, aparecem em seguida.

“A queda no número de mortes de pessoas trans em relação a 2023 é um pequeno alívio, mas não podemos ignorar que elas ainda acontecem. Isso reflete como o Brasil está em um processo lento e desigual de mudança. Apesar de avanços em debates públicos e de maior visibilidade, a violência e o preconceito ainda são uma realidade para muitas pessoas trans. Essa trajetória mostra que, embora existam sinais de progresso, a luta está longe de acabar”, diz a secretária adjunta de Comunicação da Rede Trans Brasil, Isabella Santorinne.

A organização é uma das que colaboram com a pesquisa Trans Murder Monitoring, que monitora os assassinatos de pessoas trans e de gênero diverso em nível global. A pesquisa considera os casos registrados até 30 de setembro de cada ano. Em 2024, foi registrado em nível global o maior número de assassinatos, 350 pessoas trans.

Apenas a América Latina e o Caribe reúnem cerca de 70% dos casos, um total de 255. O Brasil lidera o ranking com 106 mortes notificadas no período considerado. Em seguida, estão México (71), Colômbia (25), Equador (14), Honduras (6), Argentina (6), Guatemala (5), Venezuela (4), Cuba (3), Panamá (3), Peru (2), Bolívia (2), Nicarágua (2), Uruguai (1), Porto Rico (1), Chile (1), Guiana (1), Trindade e Tobago (1) e República Dominicana (1).

“É muito contraditório, porque o país que mais consome pornografia trans no mundo é o Brasil e o Brasil também é o país que mais mata pessoas trans, ou seja, as pessoas sentem prazer e desejo pelos nossos corpos, e ao mesmo tempo sentem ódio e repulsa pelos nossos corpos. É muito contraditório”, diz Isabella Santorinne.

Perfil

A maioria das mortes registradas no Brasil é de mulheres trans ou travestis, que correspondem a 93,3% das vítimas. As demais vítimas, 6,7% são homens trans. A maior parte tinha idade entre 26 e 35 anos (36,8%), era parda (36,5%) ou preta (26%) e era trabalhadora sexual.

“Os dados evidenciam e detalham a realidade violenta à qual pessoas trans e travestis são submetidas. Nosso dossiê também revela que a faixa etária média das pessoas mortas era de 26 a 35 anos e elas eram, em sua maioria, pessoas racializadas, incluindo pretas e pardas. Além disso, muitos dos homicídios registrados desde 2016 tiveram como vítima trabalhadoras sexuais que foram assassinadas ou violentadas em seu local de trabalho, as ruas”, enfatiza Isabella.

O levantamento mostra ainda, que a maior parte dos casos, 66%, ainda estava sendo investigada e que, em 34% deles, o suspeito foi preso. Dentre os casos com os devidos registros, os agressores eram companheiros e ex-companheiros, em 14 casos; clientes, em nove; e nove foram de execução com possível envolvimento com dívidas com agiotas, drogas e ligação com organizações criminosas.

As mortes foram, a maioria, por arma de fogo e facada. Os homicídios ocorreram, a maior parte, em vias públicas, seguido pela residência da própria vítima.

O dossiê também analisou o respeito dos meios de comunicação aos nomes das vítimas. No ano passado, 93,3% dos casos foram respeitados e 6,7% trataram as vítimas pelo chamado nome morto, ou seja, o nome pelo qual a pessoa era chamada antes da transição de gênero.

De acordo com Isabella, o dossiê dá visibilidade aos assassinatos e violências cometidas contra pessoas trans no Brasil e ajuda a desenvolver políticas públicas. “Faltam políticas públicas voltadas para a proteção de pessoas trans. Embora existam iniciativas pontuais, elas são insuficientes diante do cenário de exclusão e violência que a população trans enfrenta. É urgente criar ações que promovam educação inclusiva, empregabilidade, acesso à saúde e segurança, além de garantir que crimes transfóbicos sejam devidamente investigados e punidos. Sem políticas públicas eficazes, a luta pela sobrevivência e dignidade continua sendo uma batalha diária para pessoas trans no Brasil”, diz a secretária adjunta de Comunicação da Rede Trans Brasil.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Policial • 20:06h • 04 de julho de 2025

Operação em Assis aborda mais de 200 motos e aplica 48 multas por diversas irregularidades

Ação conjunta com a Polícia Militar e o Departamento de Trânsito mira irregularidades para reforçar segurança viária

Descrição da imagem

Saúde • 19:47h • 04 de julho de 2025

Solidão afeta uma em cada seis pessoas no mundo, alerta OMS

Entre 17% e 21% dos jovens de 13 a 29 anos se sentem solitários

Descrição da imagem

Saúde • 18:39h • 04 de julho de 2025

Remédio não é cosmético: especialista alerta sobre banalização de medicamentos para obesidade

Com a chegada do Mounjaro ao Brasil, debate sobre uso responsável e riscos do consumo estético ganha força entre profissionais de saúde

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 17:18h • 04 de julho de 2025

Pesquisa brasileira usa Arara e Beija-flor como modelo para criar drones mais eficientes

Projeto da Fapesp desenvolve veículos aéreos bioinspirados com foco em menor gasto de energia, manobras avançadas e aplicação em logística, ecologia e até uso militar

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 16:58h • 04 de julho de 2025

Ministério do Turismo oferece cartilhas gratuitas para formação de condutores e criação de roteiros

Materiais disponibilizados pelo órgão do governo federal têm foco na qualificação de profissionais, fortalecendo o setor em todo o país

Descrição da imagem

Saúde • 16:21h • 04 de julho de 2025

Mais de 720 mil casos reforçam alerta para hepatites virais no Julho Amarelo

Campanha incentiva testagem, vacinação e informação para combater doenças silenciosas que podem evoluir para cirrose ou câncer de fígado

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 15:39h • 04 de julho de 2025

Pesquisa alerta que analgésicos comuns podem afetar base da cadeia alimentar marinha

Efeito de diclofenaco, ibuprofeno e paracetamol reduz a biodiversidade fitoplanctônica ao alterar a dinâmica da espécie

Descrição da imagem

Cidades • 15:14h • 04 de julho de 2025

Ganha Tempo de Maracaí terá atendimento especial neste sábado

Serviço municipal abre em horário diferenciado para facilitar emissão de documentos e atendimentos de órgãos parceiros

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025

Especialistas alertam para a necessidade de estratégias robustas para mitigar os impactos de um possível colapso digital

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento

Quanto seria o ingresso se o show de Lady Gaga fosse pago?