Ciência e Tecnologia • 15:05h • 22 de março de 2025
Como as abelhas podem nos ensinar sobre matemática e inteligência animal
Pesquisa da Universidade de Monash revela que as abelhas têm habilidades numéricas e de processamento espacial, desafiando o entendimento sobre a inteligência desses insetos
Da Redação | Com informações da Universidade de Monash | Foto: Scarlett Howard

As abelhas de mel, frequentemente associadas à produção de mel e polinização, demonstraram habilidades intelectuais surpreendentes, provando que sua inteligência é bem mais avançada do que se imaginava. Uma pesquisa recente realizada pela Universidade de Monash, em colaboração com a Universidade de Melbourne, revelou que as abelhas possuem a capacidade de ordenar números da mesma forma que os seres humanos, organizando-os da esquerda para a direita.
O estudo, liderado pelo Dr. Scarlett Howard, chefe do Grupo de Pesquisa Integrativa de Cognição, Ecologia e Bio-inspiração da Universidade de Monash, testou as habilidades matemáticas das abelhas usando cartões com quantidades variáveis de formas em diferentes padrões. As abelhas demonstraram uma clara preferência por posicionar números menores à esquerda e números maiores à direita, confirmando que o processamento numérico em seus cérebros pequenos segue uma lógica semelhante à dos humanos.
Esse comportamento não é único das abelhas, pois outras espécies, incluindo macacos e algumas aves, também apresentam uma preferência por ordenar números de maneira direcional. Os pesquisadores acreditam que essas descobertas oferecem uma janela única para entender como diferentes espécies processam informações sobre números e espaço, revelando as origens de nossas próprias preferências cognitivas e o que podemos aprender sobre o processamento neural.
O co-pesquisador Adrian Dyer, professor associado do Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina, Enfermagem e Ciências da Saúde da Monash, afirmou que essa descoberta é um passo importante para entender como a evolução moldou as funções cognitivas de diferentes espécies, incluindo os seres humanos. “Apesar de nossas mentes e corpos terem se separado evolutivamente das abelhas há mais de 600 milhões de anos, ainda vemos essas semelhanças mensuráveis em nosso processamento neural”, disse Dyer.
O estudo das abelhas, com cérebros que possuem menos de um milhão de neurônios em comparação com os quase 100 bilhões encontrados no cérebro humano, também desafia a noção de que apenas animais com cérebros grandes podem exibir inteligência avançada. Com um cérebro tão pequeno, as abelhas conseguem demonstrar uma compreensão sofisticada do mundo ao seu redor, realizando tarefas complexas com eficiência impressionante.
A pesquisa, publicada na revista científica Animal Behaviour, sugere que a maneira como as abelhas processam números pode ter implicações para o design de tecnologias inspiradas na inteligência animal, abrindo portas para a criação de sistemas mais eficientes. Além disso, o estudo revela um aspecto fundamental da evolução das funções cognitivas, o que pode ajudar a desvendar os mistérios de como os cérebros pequenos conseguem processar informações de maneira tão eficiente.
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