Saúde • 17:02h • 26 de dezembro de 2024
Como o excesso de trabalho afeta a libido e o que fazer para ter uma rotina sexual mais saudável
O terapeuta sexual João Borzino explica os impactos do estresse no desejo sexual e oferece dicas para casais melhorarem a intimidade
Da Redação | Com informações da VH Assessoria | Foto: Arquivo

O excesso de trabalho tem se mostrado um grande vilão da saúde sexual. Longas jornadas, prazos apertados e a pressão constante para alcançar resultados contribuem diretamente para o estresse e a exaustão, fatores que afetam a libido e prejudicam a vida íntima. O médico sexologista e terapeuta sexual João Borzino explica que, tanto homens quanto mulheres, são impactados por esse cenário, mas de maneiras distintas. Para ele, é essencial compreender o papel do estresse na redução do desejo sexual e adotar estratégias para manter uma rotina sexual saudável.
A libido, energia vital que impulsiona o desejo sexual, está diretamente ligada a fatores fisiológicos, psíquicos e comportamentais. Borzino explica que hormônios como a testosterona e neurotransmissores como a dopamina e a serotonina desempenham um papel crucial nesse processo. Quando o estresse se torna crônico, ele ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, aumentando o cortisol no organismo, o que reduz a produção de testosterona e interfere nos neurotransmissores responsáveis pelo desejo sexual. No aspecto psicológico, o estresse psicológico afeta diretamente a intimidade, pois impede que o indivíduo se desconecte mentalmente do trabalho.
De acordo com o especialista, homens e mulheres reagem de formas diferentes ao impacto do estresse na libido. Nos homens, a queda no desejo pode vir acompanhada de disfunção erétil, enquanto nas mulheres, a redução da libido é mais associada a dificuldades de excitação e desejo. O excesso de sobrecarga emocional e doméstica, muitas vezes enfrentado pelas mulheres, torna-as mais suscetíveis a esse distúrbio.
Para combater esses efeitos, Borzino sugere algumas estratégias que podem ajudar a melhorar a saúde sexual, como gerenciar melhor o tempo e delegar tarefas, praticar atividades físicas, manter uma rotina de sono adequada e buscar a ajuda de um terapeuta sexual. Ele destaca que essa é uma queixa comum no seu consultório, especialmente entre profissionais de áreas que exigem jornadas de trabalho intensas. O terapeuta ressalta que, com tratamento adequado, é possível reverter o quadro de diminuição da libido.
Curiosamente, manter uma vida sexual ativa e satisfatória pode, na verdade, melhorar a produtividade no trabalho. A prática regular de atividade sexual libera hormônios como endorfinas e oxitocina, que estão associados ao bem-estar e à redução do estresse. Esses benefícios impactam positivamente o humor e a criatividade, fatores essenciais no ambiente profissional.
Outro ponto importante abordado por Borzino é a Síndrome de Burnout, uma condição reconhecida pela OMS, caracterizada por exaustão extrema e distanciamento emocional, frequentemente presente em ambientes de trabalho altamente exigentes. Estudo revela que 65% das pessoas com Burnout apresentam disfunção sexual, agravando ainda mais a relação com o parceiro.
Para ajudar casais a enfrentarem os desafios causados pelo estresse no trabalho, o terapeuta sexual sugere cinco dicas: priorizar o relacionamento, praticar mindfulness, planejar escapadas românticas, manter uma comunicação aberta e procurar ajuda profissional, se necessário. Para Borzino, cuidar da libido é, na verdade, fortalecer os vínculos emocionais e a qualidade de vida do casal.
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