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Saúde • 13:31h • 20 de outubro de 2025

Como o trabalho laboratorial ajuda SP a confirmar e descartar casos de intoxicação por metanol

Processo de análise começa nas unidades de saúde, com coleta de amostrar, e vai até o Laboratório de Toxicologia Analítica da USP

Agência SP | Foto: Governo de SP

Uma vez coletadas, as amostras são enviadas para o laboratório da USP em Ribeirão Preto, onde passam por um processo chamado cromatografia em fase gasosa
Uma vez coletadas, as amostras são enviadas para o laboratório da USP em Ribeirão Preto, onde passam por um processo chamado cromatografia em fase gasosa

O Governo de São Paulo mantém um amplo trabalho de confirmação e descarte dos casos de intoxicação por metanol registrados no estado, como parte das ações para enfrentar os episódios envolvendo bebidas adulteradas. O processo começa nas unidades de saúde, com a coleta das amostras, e se estende até o Laboratório de Toxicologia Analítica Forense (Latof) da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto. Referência nacional, o laboratório oferece agilidade na identificação de novos casos e segurança na confirmação ou eliminação das suspeitas.

A administração estadual mantém um gabinete de crise ativo para coordenar as ações da administração estadual no enfrentamento à crise do metanol.

Quando um paciente chega com sintomas compatíveis com intoxicação por metanol (como tontura, dores abdominais intensas e confusão mental), os profissionais coletam amostras de sangue e urina. A ingestão de 10 ml da substância pode causar lesões no nervo óptico e, em doses iguais ou superiores a 30 ml, levar a óbito.

É essencial que a coleta nas unidades de saúde ocorra rapidamente, já que o metanol tem uma meia-vida curta, de cerca de 24 horas, de acordo com o professor de Química da USP Bruno de Martinis. “Se a amostra for colhida dias depois da ingestão, o metanol já pode ter sido eliminado do organismo. Por isso, a coleta e o congelamento imediato são fundamentais”, destaca.

Uma vez coletadas, as amostras são enviadas para o laboratório da USP em Ribeirão Preto, onde passam por um processo chamado cromatografia em fase gasosa. Essa técnica separa os compostos presentes no sangue, urina ou até fragmentos de tecidos. O método utiliza um sistema conhecido como headspace, que analisa apenas a fase de vapor da amostra, o que entrega resultados em até uma hora e com alta precisão.

O procedimento é detalhado: o material precisa ser colocado em pequenos frascos de vidro lacrados, que são aquecidos e agitados dentro do equipamento. Com o calor, os compostos voláteis, como o etanol e o metanol, passam para a fase de vapor, enquanto o restante do líquido ou tecido permanece no fundo do frasco. Em seguida, o aparelho coleta automaticamente esse vapor e o injeta no sistema de análise, sem abrir o frasco. Isso evita contaminações e perdas, garantindo confiabilidade no resultado.

Segundo Martinis, o tempo total para cada exame leva menos de uma hora. “O preparo da amostra leva cerca de dez minutos, e a análise em si, cerca de 30 a 40 minutos. O equipamento trabalha de forma contínua, uma amostra após a outra, o que permite processar várias análises em sequência”, explica o pesquisador. O resultado é expresso em gráficos que indicam a presença e a quantidade das substâncias analisadas.

“Nós conseguimos identificar o metanol em concentrações bem menores do que o necessário para caracterizar a intoxicação”, afirmou Martinis. “Nosso limite de segurança é de 100 miligramas por litro, enquanto a nota técnica considera 200 miligramas por litro como ponto de risco. Isso garante que nenhuma amostra positiva passe despercebida”, afirma o professor. A presença do etanol e de outros compostos também é detectada, o que permite diferenciar uma embriaguez comum de um quadro de envenenamento químico causado pelo metanol.

Os resultados laboratoriais estão entre os critérios que permitem confirmar, descartar ou manter sob investigação os casos notificados. As coletas continuam sendo feitas em unidades de saúde de todo o território paulista. O socorro em até 6 horas após o início dos sintomas é fundamental para evitar o agravamento e sequelas. O Estado de São Paulo mantém estoque do antídoto contra o metanol, o álcool etílico absoluto (etanol 99,9%), disponível em unidades de referência. As unidades de saúde, tanto públicas quanto privadas, estão preparadas para realizar o atendimento, que pode incluir a administração do antídoto, exames laboratoriais e avaliação oftalmológica.

O Estado de São Paulo reforçou o estoque de ampolas de álcool etílico absoluto com 3 mil unidades, totalizando 5,5 mil. Além do trabalho técnico dos laboratórios e da vigilância em saúde, o grupo atua em parceria com o setor de bebidas para reforçar a fiscalização e orientar consumidores e comerciantes. As medidas incluem treinamento de agentes públicos, campanhas educativas e propostas de endurecimento das regras contra a falsificação.

Análise laboratorial de amostras de bebidas apreendidas

A Polícia Científica de São Paulo também utiliza tecnologia de ponta para para garantir precisão na detecção de bebidas adulteradas durante as investigações sobre intoxicações com metanol no estado. Do registro inicial à emissão do laudo final, cada garrafa apreendida passa por uma sequência rigorosa de análises que começam na verificação de rótulos, selos e lacres, realizada no Núcleo de Documentoscopia, e avançam até os exames químicos no Núcleo de Química, onde são identificados e quantificados os níveis de metanol. Esse processo dá materialidade jurídica às investigações e contribuirá para a responsabilização dos envolvidos na falsificação.

A Polícia Civil mobiliza suas unidades especializadas nas investigações sobre os casos de contaminação por metanol. Desde o aparecimento de novos casos, na semana passada, mais de 21,4 mil garrafas foram apreendidas para averiguação com indício de falsificação ou adulteração. Em 2025, já são 71,4 mil apreensões em ações contra falsificação.

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