Saúde • 08:00h • 18 de novembro de 2024
Comorbidades afetam a saúde cognitiva de idosos: estudo aponta o impacto da dor e depressão
Pesquisadores observam que a combinação dessas condições afeta principalmente a memória, um dos pilares da autonomia dos idosos
Da Redação | Com informações do Governo de SP | Foto: Divulgação

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da University College London, publicado na revista Aging & Mental Health, trouxe novas evidências sobre o impacto da dor articular crônica e sintomas depressivos no declínio cognitivo de idosos. De acordo com a pesquisa, esses fatores, quando combinados, aceleram significativamente a perda de memória e o declínio cognitivo, em especial entre as pessoas com 50 anos ou mais.
O estudo foi realizado ao longo de 12 anos com 4.718 participantes, e revelou que os idosos que sofriam de dor articular moderada ou intensa e sintomas depressivos apresentaram um comprometimento cognitivo muito mais acelerado do que aqueles que não apresentavam essas condições simultaneamente. O declínio afetou principalmente as áreas do cérebro responsáveis pela memória, como o hipocampo, impactando a capacidade de lembrar e processar informações de forma eficaz.
Impactos no cérebro e na qualidade de vida
A pesquisa destaca que, enquanto a dor e a depressão afetam áreas cerebrais similares, essa "sobrecarga" mental impede o cérebro de funcionar de forma otimizada, o que pode acelerar o declínio. A memória, por ser fortemente afetada pelas regiões cerebrais envolvidas tanto na dor quanto na depressão, foi a função cognitiva que apresentou maior deterioração entre os participantes. Esse efeito é particularmente relevante para os idosos, pois a memória é essencial para a manutenção da autonomia e da capacidade de viver de forma independente.
Outro aspecto relevante observado no estudo é que o impacto na função executiva — que envolve processos de tomada de decisão e planejamento — não foi tão pronunciado. Porém, o comprometimento da memória e da cognição global pode afetar diretamente a qualidade de vida dos idosos.
Subnotificação e necessidade de atenção
Os pesquisadores também alertam para a subnotificação de sintomas depressivos e de dor crônica nas pessoas idosas. Muitas vezes, esses sintomas são erroneamente atribuídos ao envelhecimento natural e não tratados adequadamente. Segundo Tiago da Silva Alexandre, professor da UFSCar, é fundamental que profissionais de saúde estejam mais atentos a essas condições, pois o não tratamento adequado pode acarretar prejuízos tanto à mobilidade quanto à cognição dos idosos.
O estudo reforça a importância de reconhecer a dor articular e a depressão como condições tratáveis e não como partes inevitáveis do envelhecimento. O diagnóstico precoce e o manejo adequado dessas condições podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida e para a preservação das funções cognitivas.
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