Economia • 13:03h • 14 de outubro de 2025
Compra de carro pelo CNPJ pode gerar economia de até 21% em cinco anos, aponta estudo da Planejar
Aquisição empresarial reduz custos com descontos e benefícios fiscais, mas especialistas alertam para riscos de uso indevido e falta de governança patrimonial
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação
Famílias empresárias e empreendedores que optam por comprar veículos em nome da empresa (CNPJ), em vez de pessoa física (CPF), podem obter economia significativa a longo prazo. Segundo estudo da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), a aquisição de um automóvel de R$ 200 mil por uma empresa tributada no Lucro Real pode representar economia de até 21% em cinco anos, o equivalente a R$ 78 mil.
O levantamento, elaborado pela planejadora financeira Paula Bazzo, CFP, comparou os custos e benefícios entre os dois modelos de aquisição e mostrou que a compra via CNPJ reduz o valor de entrada, o montante financiado e o custo total do veículo. Entre os fatores determinantes estão o desconto médio de 15% oferecido a empresas, o aproveitamento de créditos de PIS e Cofins e a depreciação fiscal de 20% ao ano. Somados, esses elementos resultam em um custo líquido de R$ 299,5 mil, contra R$ 377,8 mil para pessoas físicas.
A pesquisa também indica que as vantagens variam conforme o regime tributário. Enquanto empresas no Lucro Real obtêm os maiores benefícios, aquelas no Lucro Presumido têm deduções mais limitadas, com economia de cerca de 10% no mesmo período. Já no Simples Nacional, os ganhos tributários são praticamente nulos, tornando o custo semelhante ao da compra no CPF.
Apesar do potencial de economia, Paula Bazzo ressalta que é essencial analisar a compatibilidade do bem com a atividade da empresa e manter registros e controles contábeis rigorosos. Se o veículo for utilizado para fins pessoais, a Receita Federal pode desconsiderar a dedutibilidade, exigir recolhimento retroativo de tributos e aplicar multas.
Do ponto de vista de governança, o consultor Arnaldo Rebello, da GoNext Governança & Sucessão, reforça que a aquisição de bens em nome da empresa deve seguir regras claras sobre uso e administração. A falta de diretrizes, segundo ele, pode gerar conflitos familiares, riscos fiscais e complicações sucessórias. Rebello recomenda a criação de protocolos familiares, conselhos e comitês de gestão, instrumentos que profissionalizam a administração patrimonial e evitam que decisões empresariais se confundam com interesses pessoais.
A clareza na gestão e a definição do destino dos ativos são fundamentais para preservar o legado familiar e garantir a continuidade dos negócios. Uma estrutura de governança bem definida reduz disputas, aumenta a previsibilidade e fortalece a confiança entre sócios, gestores e herdeiros — fatores essenciais para que o patrimônio empresarial atravesse gerações de forma sustentável.
De acordo com os especialistas, comprar um carro pelo CNPJ pode ser financeiramente vantajoso, mas exige planejamento tributário, contábil e sucessório. O benefício só se concretiza quando há transparência na gestão e conformidade fiscal, garantindo que a economia obtida não se transforme em risco no futuro.
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