Saúde • 14:21h • 19 de fevereiro de 2025
Contato prolongado com plásticos pode comprometer a fertilidade feminina
Estudo alerta para os impactos dos bisfenóis na saúde reprodutiva e ovulação, e como minimizar os riscos
Da Redação | Com informações da Inove Comunicação | Foto: Divulgação

A exposição diária a plásticos e seus compostos químicos, como o bisfenol A (BPA) e seus substitutos, tem gerado crescente preocupação com a saúde reprodutiva, especialmente a fertilidade feminina. Presentes em uma variedade de produtos do dia a dia, como embalagens de alimentos, garrafas, latas e até papeis térmicos usados em recibos, essas substâncias têm se mostrado altamente prejudiciais aos sistemas hormonais e podem comprometer a qualidade dos óvulos.
Recentemente, um estudo publicado na revista Human Reproduction trouxe à tona dados alarmantes sobre os efeitos do BPA e seus substitutos. De acordo com o Dr. João Guilherme Grassi, especialista em reprodução humana, os bisfenóis são conhecidos como disruptores endócrinos. Eles interferem na regulação hormonal, podendo prejudicar o desenvolvimento e a quantidade de óvulos nas mulheres. "Com a exposição prolongada, a fertilidade feminina fica comprometida, já que os bisfenóis afetam diretamente a qualidade dos óvulos", alerta Grassi.
Os bisfenóis são absorvidos de várias formas, incluindo pela ingestão de alimentos contaminados, pela inalação de vapores ou pelo simples contato com a pele. Uma vez no organismo, esses compostos podem causar estresse oxidativo nos ovários, prejudicando a ovulação e, em casos mais graves, até mesmo impedindo a liberação de óvulos. Isso pode resultar em anovulação – a ausência de ovulação – e uma drástica redução na reserva ovariana, ou seja, na quantidade de óvulos disponíveis ao longo da vida da mulher.
Além disso, o impacto da exposição prolongada aos bisfenóis também pode afetar o sucesso de tratamentos de fertilização in vitro (FIV). As mulheres expostas a esses compostos podem enfrentar mais dificuldades para engravidar, uma vez que a qualidade dos óvulos e a saúde ovariana são diretamente prejudicadas.
Para mitigar os riscos à fertilidade, especialistas recomendam alternativas simples e eficazes. Entre as principais orientações estão evitar o uso de plásticos que contenham BPA, optar por recipientes de vidro, inox ou cerâmica para armazenar alimentos e bebidas, e não aquecer alimentos em plásticos. Produtos rotulados como "BPA-free" são mais seguros, assim como a diminuição do contato com papeis térmicos de recibos e notas fiscais.
Dr. Grassi também sugere uma alimentação rica em antioxidantes, que pode ajudar a neutralizar os efeitos negativos dos bisfenóis. Alimentos como frutas vermelhas, vegetais verdes e castanhas são exemplos de aliados poderosos para a proteção da saúde reprodutiva.
“Embora seja difícil eliminar completamente o contato com os bisfenóis, essas ações podem minimizar consideravelmente os impactos negativos sobre a fertilidade”, afirma o especialista. No entanto, ele adverte que até os substitutos do BPA, como o BPS e o BPF, podem ter efeitos ainda mais intensos sobre a saúde reprodutiva feminina, o que torna a conscientização e as medidas de proteção ainda mais urgentes.
O estudo sobre os bisfenóis serve como um alerta sobre a necessidade de maior cuidado na exposição a produtos plásticos e o impacto a longo prazo dessa prática no bem-estar das mulheres, especialmente aquelas que desejam preservar sua fertilidade.
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