Ciência e Tecnologia • 19:43h • 24 de outubro de 2025
Crescimento da cabeça no primeiro ano de vida amplia QI na vida adulta
Pesquisa aponta que o aumento do perímetro cefálico está associado a melhor desempenho cognitivo
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
Um estudo inédito conduzido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido) e apoio da Umane, mostrou que o crescimento do perímetro cefálico no primeiro ano de vida tem relação direta com o desenvolvimento cognitivo na vida adulta.
Segundo a pesquisa, bebês que apresentam maior crescimento do perímetro cefálico nos primeiros 12 meses tendem a ter QI 1,3 pontos acima da média aos 18 anos. O achado foi registrado mesmo entre crianças que nasceram com cabeças menores que o padrão, demonstrando que o desenvolvimento cerebral inicial pode compensar eventuais desvantagens ao nascer.
O efeito foi mais expressivo quando o crescimento ocorreu nos seis primeiros meses de vida, período considerado crítico para o desenvolvimento cerebral. O estudo acompanhou mais de 4 mil bebês durante 30 anos, entre 1993 e 2023, dentro da Coorte de Nascimentos de 1993, em Pelotas (RS).
Relação do QI e crescimento do perímetro cefálico
Para ilustrar, os pesquisadores destacam o caso de um menino que nasceu com 31,9 cm de perímetro cefálico, valor abaixo do percentil 3 da Curva de Crescimento Infantil da OMS. Ao completar um ano, ele alcançou 46,1 cm, a média esperada para a idade. Essa recuperação representou uma previsão de QI três pontos superior à que teria mantido caso o crescimento inicial não tivesse sido compensado.
De acordo com a autora da pesquisa, Marina de Borba Oliveira Freire, o estudo reforça a importância da atenção à primeira infância. “O crescimento cerebral nos primeiros meses pode fazer diferença concreta no futuro. Isso mostra como boas práticas de nutrição, amamentação, acompanhamento pediátrico e estímulos familiares são essenciais para o desenvolvimento pleno”, afirma.
Ela destaca, no entanto, que o perímetro cefálico é apenas um dos indicadores de desenvolvimento infantil. “Ele não deve ser interpretado isoladamente nem usado de forma estigmatizante. Nosso objetivo é oferecer aos profissionais de saúde uma ferramenta complementar para identificar precocemente crianças que precisam de maior atenção”, explica Marina.
Para Evelyn Santos, gerente de investimento e impacto social da Umane, os resultados reforçam o papel das políticas públicas voltadas à primeira infância. “Os primeiros anos de vida são decisivos. Políticas de saúde precisam ser intersetoriais e integradas para que o impacto positivo alcance toda a sociedade. Essa pesquisa mostra como fatores como amamentação, introdução alimentar e acompanhamento pediátrico se complementam para que cada criança possa atingir seu potencial máximo”, destaca.
O estudo representa um avanço importante na compreensão dos determinantes do desenvolvimento infantil e contribui para orientar práticas e políticas de atenção integral à primeira infância, um dos pilares da saúde pública moderna.
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