Variedades • 14:35h • 31 de maio de 2025
Crianças influenciam até a compra de carros e delivery, revela estudo nacional
Pesquisa mostra que 86% dos brasileiros cedem à opinião de crianças nas decisões de consumo, incluindo eletrônicos, viagens, restaurantes e até automóveis
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Hibou | Foto: Divulgação

A influência das crianças nas decisões de compra da família brasileira está em um novo patamar. Segundo uma pesquisa inédita da Hibou, 86% dos brasileiros com convivência direta com crianças de até 14 anos admitem levar em consideração a opinião dos pequenos na hora de consumir desde produtos de supermercado até decisões de alto valor como eletrônicos, planos de celular, viagens e até o carro da família.
Realizado em maio de 2025 com mais de 1.400 entrevistados, o levantamento revela como os hábitos de consumo mudaram com o avanço da tecnologia e o aumento da autonomia infantil. Hoje, 68% das crianças já possuem um celular próprio, e 16% delas fazem compras online sozinhas, com uma média mensal de gastos de R$ 140. Aplicativos como YouTube, TikTok, Instagram e plataformas como Netflix e Disney+ se tornaram ambientes de alto poder de influência.
A pesquisa também mostra que o impacto da opinião infantil vai além dos tradicionais brinquedos e guloseimas: 32% dos pais afirmam que os filhos influenciam na escolha do automóvel da casa, enquanto 33% são impactados por eles nas decisões sobre celulares e tecnologia. No turismo, a taxa é de 41%. Mesmo o setor bancário e de saúde começa a sentir esse reflexo, 3% e 7% dos entrevistados, respectivamente, disseram ser influenciados pelas crianças em decisões sobre produtos financeiros e planos de saúde.
Essa influência se manifesta especialmente nas compras de supermercado (73%), shoppings (65%) e lanches e delivery (51%). Além disso, os pequenos também ajudam a definir viagens (41%), passeios (55%) e até o destino das refeições em família. As marcas mais desejadas pelas crianças são frequentemente impulsionadas por personagens, propagandas e influenciadores digitais principalmente youtubers, que lideram como fonte de desejo e inspiração.
O estudo também aponta que, embora as crianças tenham forte presença digital e poder de decisão, falta preparo para lidar com os riscos do consumo. Apenas 35% dos adultos acreditam que elas estão preparadas para entender conceitos como cartão de crédito, Pix, juros ou endividamento. Quando se trata de publicidade, o número é ainda menor: só 24% dizem que as crianças conseguem identificar uma propaganda enganosa.
“A autonomia digital e o acesso à informação não vieram acompanhados de uma educação financeira e midiática proporcional”, alerta Ligia Mello, CSO da Hibou. “Estamos diante de uma geração influente, mas sem preparo adequado para compreender os bastidores do consumo que praticam.”
Mais do que uma estatística, os dados acendem um alerta para pais, educadores e marcas: é hora de equilibrar o poder de influência com responsabilidade, garantindo que a voz infantil seja ouvida mas também orientada.
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