Responsabilidade Social • 15:13h • 12 de outubro de 2025
Crianças: o que é o desenvolvimento psicossexual e por que falar sobre isso é essencial
Especialistas explicam como acolher a curiosidade infantil sobre o corpo e reforçam que educação sexual não é sobre sexo precoce, mas sobre respeito, limites e afeto
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Allure | Foto: Arquivo/Âncora1
No Dia das Crianças, um tema delicado e muitas vezes cercado de tabu ganha espaço: como os pais podem lidar com a curiosidade natural dos filhos sobre o corpo, o prazer e as relações? Especialistas reforçam que a educação sexual infantil não significa falar de sexo antes da hora, mas sim ensinar respeito, proteção, limites e afeto, pilares fundamentais para um desenvolvimento saudável.
A psicanálise de Sigmund Freud foi pioneira ao propor as fases do desenvolvimento psicossexual — oral, anal, fálica, latência e genital. Embora atualizadas ao longo do tempo, essas etapas ainda ajudam a compreender como a criança constrói sua identidade emocional, afetiva e social.

Educação sexual infantil: como lidar com a curiosidade das crianças de forma saudável
Para a sexóloga e psicanalista Marcella Jardim, conhecer essas fases permite que pais e cuidadores observem sinais e acolham dúvidas com empatia. “Quando os adultos reagem com susto, vergonha ou bronca, a criança aprende que sentir curiosidade é errado, o que pode gerar culpa e medo”, explica.
As fases do desenvolvimento psicossexual
Na fase oral (0 a 1 ano), o prazer se concentra na boca: mamar, morder e chupar são formas de explorar o mundo e buscar aconchego. Já na fase anal (1 a 3 anos), o prazer se liga ao controle das fezes, durante o processo de desfralde. A criança descobre limites e autonomia, e a paciência dos pais é essencial.
Entre 3 e 6 anos, na fase fálica, surgem as perguntas sobre as diferenças entre meninos e meninas e o interesse pelos genitais. Falar com naturalidade, usar os nomes corretos das partes do corpo e explicar a importância do respeito são atitudes que fortalecem a autoestima e a confiança.
Durante a latência (6 a 11 anos), o interesse sexual dá lugar ao foco em amizades e atividades escolares. Por fim, na fase genital, que começa na puberdade, retornam os interesses sexuais, agora com maturidade afetiva — momento ideal para conversar sobre consentimento, responsabilidade e limites.
Educação sexual começa cedo — e protege
Ensinar sobre o corpo e os limites desde a primeira infância é uma das formas mais eficazes de prevenir abusos. A criança deve saber nomear corretamente as partes do corpo, entender que ninguém pode tocar sem consentimento e reconhecer o que é um toque bom (de carinho) e um toque ruim (que causa medo ou desconforto).
Marcella Jardim destaca cinco pilares da educação sexual infantil:
- Nomear corretamente as partes do corpo;
- Ensinar autonomia corporal (“seu corpo é seu”);
- Trabalhar o consentimento e o respeito ao “não”;
- Reforçar a importância da privacidade;
- Cultivar vínculos de afeto e respeito.
Essas práticas fortalecem a autoestima, a autonomia e a segurança emocional da criança, sem qualquer conotação erótica.
O silêncio não educa
Segundo a especialista, o maior risco é o silêncio. “A criança já nasce com sexualidade, entendida como curiosidade, afeto e descobertas. O que causa vergonha e medo é o silêncio dos adultos”, diz. Quando o tema é evitado, as crianças acabam buscando informações em lugares inseguros — colegas, internet ou até pessoas mal-intencionadas.
Marcella orienta que, se os pais não souberem responder algo, o melhor é admitir e aprender junto. “Dizer ‘não sei agora, mas vamos descobrir juntos’ é um gesto de parceria e confiança”, conclui.
Mais do que presentes, o melhor cuidado neste Dia das Crianças é oferecer escuta, diálogo e acolhimento — elementos que constroem um futuro emocionalmente saudável, com respeito, proteção e amor em cada fase da vida.
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