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Saúde • 07:56h • 13 de maio de 2025

Dengue, chikungunya e febre amarela têm sintomas parecidos, diz estudo

Infecções causadas por vírus transmitidos por artrópodes, como os mosquitos, podem gerar complicações graves e costumam provocar febre, dor no corpo e manchas vermelhas

Agência SP | Foto: Governo de SP

No Brasil, os casos aumentaram 300% entre 2023 e 2024, ultrapassando 6 milhões de notificações, com 6 mil óbitos
No Brasil, os casos aumentaram 300% entre 2023 e 2024, ultrapassando 6 milhões de notificações, com 6 mil óbitos

O termo “arbovirose” vem do inglês arthropod-borne virus disease, e faz referência a doenças virais transmitidas por artrópodes, como mosquitos e carrapatos – por exemplo, dengue, Zika, chikungunya, febre amarela e febre do Oropouche. Cerca de 4 bilhões de pessoas no mundo vivem em risco de contrair alguma dessas infecções, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Só de dengue, em 2024, foram registrados 12,6 milhões de casos na região das Américas. No Brasil, os casos aumentaram 300% entre 2023 e 2024, ultrapassando 6 milhões de notificações, com 6 mil óbitos.

Os mosquitos são responsáveis pela maioria das arboviroses, principalmente o Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya. Apesar dos sintomas semelhantes, algumas características ajudam a distinguir as doenças: na dengue, a febre alta (40°C) de início súbito está sempre presente; na chikungunya, as dores articulares são muito mais fortes; e na infecção por Zika, a febre é baixa e há muitas manchas vermelhas no corpo acompanhadas de coceira intensa. Quando acomete gestantes, o vírus Zika pode causar microcefalia em recém-nascidos.

O Aedes aegypti também transmite a febre amarela urbana, mas esse meio de transmissão não é registrado no Brasil desde 1942. A febre amarela de origem silvestre, por outro lado, é transmitida por mosquitos dos gêneros Sabethes e Haemagogus, comuns em regiões de mata. A doença, que é prevenível por vacina disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), pode causar febre de início súbito, calafrios, dor de cabeça intensa, dor nas costas, náuseas e fraqueza.

Já a febre do Oropouche, doença endêmica da Amazônia que tem se disseminado por outros estados brasileiros desde o ano passado, é transmitida pelo Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Os sintomas incluem dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.

No Brasil, existe ainda a doença de Mayaro, endêmica da região amazônica e transmitida principalmente por mosquitos do gênero Haemagogus. As manifestações da doença são parecidas com as da chikungunya, como febre alta (39°C a 40°C), dor de cabeça, dor nas articulações, calafrios, mal-estar e manchas vermelhas no corpo.

Outro tipo de arbovirose, que não ocorre no Brasil, é a encefalite transmitida por carrapatos, endêmica na Europa e na Ásia. Prevenível por vacina, a infecção é causada por um vírus transmitido pela picada de carrapatos do gênero Ixodes, que habitam bordas de florestas. Embora a maioria dos quadros seja assintomática, pode ocorrer febre, dor de cabeça, mal-estar, dor no corpo, náusea e vômito. A letalidade chega a 40% em casos graves que acometem o sistema nervoso central.

Como os artrópodes transmitem os vírus?

Mosquitos e carrapatos são artrópodes hematófagos (que se alimentam de sangue) e carregam o vírus após picarem uma pessoa ou animal infectado. Uma vez dentro do organismo do mosquito ou do carrapato, o patógeno se replica e se espalha, atingindo as glândulas salivares. Depois, quando o artrópode pica outro indivíduo, o vírus é introduzido no novo organismo por meio de sua saliva, e o ciclo de transmissão se repete.

Além de vírus, artrópodes hematófagos podem abrigar outros tipos de patógeno, como bactérias, protozoários e nematoides, causando doenças que não entram na categoria de arboviroses. É o caso do carrapato-estrela, que transmite a bactéria responsável pela febre maculosa, e do mosquito Anopheles, que transmite o protozoário da malária. Mesmo infectados, os artrópodes não ficam doentes, pois seu sistema imune dá conta de protegê-los.

Séculos de evolução

As arboviroses circulam pelo mundo há muito tempo – uma enciclopédia chinesa de 610 d.C. chega a mencionar uma doença semelhante à dengue, que supostamente seria causada por “insetos da água”. Mas foi o vírus da febre amarela o primeiro arbovírus a ser descrito oficialmente, com registros de epidemias desde o século XVI. Acredita-se que ele tenha se originado na África e se espalhado por meio do tráfico de escravizados.

A hipótese de transmissão da febre amarela por mosquitos foi levantada em 1881 pelo epidemiologista cubano Carlos Finlay, e confirmada em 1901 pelo cientista norte-americano Walter Reed. Pouco depois, descobriu-se que a dengue também era transmitida por mosquitos: a comprovação do vetor Aedes aegypti ocorreu em 1906.

Ao longo do século XX, outras arboviroses foram descobertas, como a encefalite transmitida por carrapatos (1936), a febre do Nilo Ocidental (1937), a Zika (1947), a chikungunya (1952), a febre Mayaro (1954) e a febre do Oropouche (1955).

Com o aumento da urbanização, os vetores, que antes predominavam em áreas silvestres, foram se adaptando aos centros urbanos, contribuindo para a ocorrência de epidemias de arboviroses. Além disso, as mudanças climáticas também têm gerado impacto significativo na circulação dessas doenças, facilitando a multiplicação dos vetores, especialmente dos mosquitos.

De acordo com o The World Mosquito Program (WMP), organização não governamental ligada à Universidade Monash, da Austrália, esses insetos infectam mais de 700 milhões de pessoas no mundo e causam cerca de 1 milhão de óbitos todos os anos.

Para ajudar a combater o problema, em 2022, a OMS lançou a Global Arbovirus Initiative, programa internacional que propõe ações prioritárias contra as arboviroses. A iniciativa se divide em seis pilares: 1) monitorar e antecipar riscos; 2) reduzir riscos epidêmicos locais; 3) fortalecer o controle de vetores; 4) prevenir e se preparar para pandemias; 5) estimular a inovação e novas abordagens; e 6) construir uma coalizão de parceiros.

Atuação do Butantan

Nos últimos dez anos, o Instituto Butantan tem se dedicado ao desenvolvimento de uma vacina contra a dengue e, mais recentemente, de uma contra a chikungunya. O imunizante da dengue, que mostrou eficácia de 79,6% em estudos clínicos, está em fase de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Já o da chikungunya, desenvolvido em parceria com a empresa franco-austríaca Valneva, foi aprovado pela Anvisa em abril, e já foi registrado nos Estados Unidos, Canadá e Europa. Nos ensaios clínicos, a vacina gerou anticorpos em 98,9% dos voluntários adultos e em 98,8% dos adolescentes avaliados. O Butantan também pesquisa uma possível vacina contra a Zika, que está no estágio inicial de desenvolvimento, ainda sem previsão de testes em seres humanos.

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