Saúde • 09:32h • 21 de junho de 2025
Dia Nacional da Asma reforça importância de diagnóstico integrado com otorrino
Otorrinolaringologista explica a ligação entre asma e rinossinusite crônica com pólipos nasais, e reforça a importância da higiene nasal na prevenção de crises respiratórias
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Midiaria | Foto: Divulgação

No Dia Nacional de Controle da Asma, celebrado em 21 de junho, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) chama a atenção para um fator ainda pouco conhecido da população: a forte relação entre a asma e a rinossinusite crônica com polipose nasal (RSCcPN). Segundo especialistas, o cuidado com o nariz pode ser decisivo para reduzir as crises respiratórias.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), cerca de 20 milhões de brasileiros convivem com a asma. Entre 2019 e 2023, quase 12 mil mortes foram registradas no país em decorrência da doença. A condição é caracterizada por inflamação crônica dos brônquios, com sintomas como falta de ar, tosse e chiado no peito.
A rinossinusite crônica com pólipos, por sua vez, causa obstrução nasal persistente, secreção espessa, dor facial e perda de olfato. A conexão entre as duas doenças é tão próxima que, na literatura médica, ambas são classificadas como parte de um mesmo processo inflamatório das vias aéreas, chamado de "doença das vias aéreas unificadas".
Entenda a relação entre as doenças
O médico otorrinolaringologista Dr. Miguel Tepedino, presidente da Academia Brasileira de Rinologia (ABORL-CCF), explica que a inflamação tipo 2, de origem imunológica, afeta tanto o nariz quanto os pulmões. Segundo ele, pacientes que têm asma e também apresentam sintomas como nariz entupido, secreção espessa e perda de olfato devem ser avaliados para diagnóstico de rinossinusite com pólipos.
“Quando tratamos o nariz, muitas vezes conseguimos melhorar também os sintomas pulmonares. As duas condições estão interligadas e exigem um diagnóstico integrado para que o tratamento seja mais eficaz”, afirma Tepedino.
Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que cerca de 17% dos pacientes com asma também apresentam rinossinusite crônica com pólipos, especialmente nas formas mais graves da doença.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico das duas condições envolve avaliação clínica detalhada, exames como tomografia dos seios da face, endoscopia nasal, testes alérgicos, espirometria e análise de marcadores inflamatórios. O tratamento da RSCcPN começa de forma clínica e, quando não há resposta satisfatória, pode evoluir para procedimentos cirúrgicos ou uso de terapias imunobiológicas.
“Pacientes com sintomas persistentes devem buscar acompanhamento especializado. O tratamento isolado da asma, sem olhar para a saúde nasal, pode não ser suficiente para controlar as crises”, reforça o especialista.
Cuidados simples com o nariz podem ajudar os pulmões
A ABORL-CCF orienta a adoção de hábitos simples que ajudam na saúde respiratória, como:
- Fazer higiene nasal com solução salina regularmente.
- Evitar ambientes com fumaça, poeira ou baixa umidade.
- Observar sinais como obstrução nasal, perda de olfato e secreção espessa.
- Realizar acompanhamento multidisciplinar com otorrino, pneumologista e alergista.
- Evitar automedicação com descongestionantes ou corticoides sem orientação médica.
Mais informações podem ser consultadas no site oficial da ABORL-CCF.
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