Saúde • 08:34h • 31 de outubro de 2025
Dipirona é segura e ligação com distúrbio raro não envolve genética conhecida
Relação com agranulocitose - doença que reduz número de células de defesa do sangue - usada para proibir medicamento no exterior não tem evidências genéticas suficientes para proibir seu uso
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações do CFF | Foto: Arquivo Âncora1
 
                                Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP concluem que não há evidências genéticas suficientes para justificar a proibição da dipirona pelo risco de agranulocitose, uma doença rara que reduz drasticamente os neutrófilos, células de defesa do sangue. A doença foi motivo para a restrição do medicamento em países como Estados Unidos, Inglaterra e Japão, mas no Brasil o uso segue regulamentado pela Anvisa.
O estudo, publicado na revista Frontiers in Pharmacology, apontou que algumas variações genéticas podem estar associadas à agranulocitose, mas são muito raras e não explicam as diferenças nas regras de uso da dipirona ao redor do mundo.
“A dipirona é um analgésico e antipirético usado principalmente para aliviar dores e reduzir febre. Ela continua sendo segura no Brasil e em outros países da América Latina”, explicam as pesquisadoras Giovana Fidelis e Carolina Dagli Hernandez. Elas destacam que, em países onde houve proibição, a frequência da agranulocitose foi ligeiramente maior, mas ainda muito baixa.
O estudo analisou se variantes genéticas poderiam aumentar o risco da reação adversa e constatou que não há relação significativa entre genética e restrição do medicamento. No Brasil, a incidência da doença é mínima, cerca de 0,38 casos por milhão de habitantes por ano.
A agranulocitose continua sendo um evento raro, mas, em caso de sintomas como febre, calafrios ou dor de garganta após o uso da dipirona, é recomendável procurar atendimento médico imediatamente. Pesquisadores reforçam a importância de reportar qualquer suspeita à Anvisa.
O trabalho contou com colaboração internacional, envolvendo universidades do Brasil, Suécia, Indonésia e Suíça.
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