• Última semana de agosto em Assis será de calor, tempo firme e chance de chuva apenas na sexta-feira
  • A solidão do concurseiro: como o isolamento impacta a performance e a saúde mental
Novidades e destaques Novidades e destaques

Responsabilidade Social • 13:07h • 26 de janeiro de 2025

DPU propõe rever homenagens a personalidades com posições racistas

Medida busca reparação histórica à população negra

Agência Brasil | Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A nota da DPU defende que a retirada do nome de pessoas associadas ao escravismo, racismo e eugenia pretende estimular a lembrança, e não o esquecimento.
A nota da DPU defende que a retirada do nome de pessoas associadas ao escravismo, racismo e eugenia pretende estimular a lembrança, e não o esquecimento.

A Defensoria Pública da União (DPU) emitiu uma nota técnica recomendando a remoção de homenagens a escravocratas, racistas e eugenistas em monumentos e nomeando locais públicos. O documento, elaborado pelo Grupo de Trabalho de Políticas Etnorraciais da DPU, defende a legalidade e viabilidade da medida, caracterizada pelo órgão como “de reparação histórica à população negra”.

A iniciativa foi tomada após o convite ao órgão para participar de uma audiência pública relacionada a uma ação popular em tramitação na Justiça de São Luís (MA). A ação discute uma homenagem concedida ao psiquiatra Raimundo Nina Rodrigues, falecido em 1906 e defensor de uma visão cientificista, a da patologização dos crimes.

O Grupo cita as controvérsias envolvendo ideias racistas e eugenistas defendidas pelo médico, especialmente em relação à criminalização e estigmatização de grupos vulnerabilizados, como a população negra e indígena. Segundo a análise da DPU, “a eleição do pensamento racial e eugenista não foi algo acidental em sua obra. Foi a base sobre a qual ergueu toda a sua doutrina”.

Para Iêda Leal de Souza, pedagoga e integrante do Movimento Negro Unificado, o que a DPU propõe é que seja feita uma reparação que aponte a gravidade de homenagear pessoas que pensaram na destruição da humanidade.

“O que ele (Nina) fez e estudou abalou a humanidade de um grupo racial, vítima da escravidão. O que a Defensoria faz é recuperar a história, por uma boa memória. É necessário, porém, deixar registrado quem foi essa pessoa. Se as pessoas puderem compreender o significado dos 400 anos de escravidão e do que é o pós-escravidão", diz Ieda, que também é ex-Secretária de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial do Ministério da Igualdade Racial.

Ela considera importante saber o papel de personalidades como Nina Rodrigues em seu tempo, mas de maneira crítica. “Não é retirar, jogar fora, é colocar no lugar certo, garantir a verdade, para que as pessoas possam ter contato com uma história que dê conta de contar quem são esses falsos herois", conclui.

Direito à memória

A nota da DPU defende que a retirada do nome de pessoas associadas ao escravismo, racismo e eugenia pretende estimular a lembrança, e não o esquecimento.

“Pautado nas dimensões do direito à memória e à verdade, a justiça de transição de nenhuma forma pretende apagar o passado. Muito pelo contrário, o que se quer é recompor a verdade, lembrar o que de fato ocorreu, redescobrir o que até aqui foi negado enquanto memória da violação aos Direitos Humanos”, diz a nota técnica.

O documento utiliza o conceito de justiça de transição, normalmente aplicado a regimes autoritários, para repensar os impactos de um estado escravista em nosso povo. “Se uma homenagem prestada em espaços públicos carrega um caráter eminentemente simbólico, sua retirada consegue ter sensível efeito reverso. Ela significa que o Estado brasileiro, em sua atual configuração democrática, não compactua com a manutenção de deferências carregadas de violência contra grupos vulnerabilizados”, explica.

O grupo ainda conclui que não se pode aceitar que espaços construídos ou mantidos pelo Estado, “sejam lugares de celebração de quem outrora legitimou hierarquias raciais até hoje presentes em nossa sociedade”.

Como base para as afirmações o grupo de Defensores cita a adesão do Brasil à Convenção da ONU sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.

Racismo estrutural

Para Jacque Cipriany, advogada e articuladora da Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio, o elemento principal é reconhecer que vivemos uma sociedade estruturalmente racista e que o Brasil está e foi construído sobre uma ótica racista. "Se a gente entender que essa questão é muito mais profunda, a gente tem uma concepção maior dos malefícios de ações de atos racistas nessa sociedade. Com homenagens a racistas você só enaltece o racismo em detrimento da população preta, que são corpos e vozes historicamente silenciados por esse mesmo racismo estrutural", pondera.

Para ela, os questionamentos sobre a questão racial na sociedade geralmente ocorrem de forma muito simplória e pontual, se desenrolando a partir de casos concretos. "Esse país trata qualquer falha, que poderia ocorrer com qualquer pessoa, quando cometida por uma pessoa preta, como um erro coletivo, e todo corpo preto vai ser cobrado, então a nossa vida cotidiana é atravessada o tempo todo pelo racismo", conclui. 

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Variedades • 07:15h • 25 de agosto de 2025

Última semana de agosto em Assis será de calor, tempo firme e chance de chuva apenas na sexta-feira

De segunda a quinta-feira, temperaturas ficam entre 15ºC e 31ºC, com pancadas de chuva previstas apenas para o dia 29

Descrição da imagem

Cidades • 20:20h • 24 de agosto de 2025

Quatá promove concurso de quem come mais pizza e desafio artístico no centenário da cidade

Evento da Pizzaria House acontece em 5 de setembro e reúne competição gastronômica e premiação cultural com participação aberta ao público

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 19:31h • 24 de agosto de 2025

Empresas com práticas empáticas têm até 35% menos rotatividade de funcionários

Estudo da FGV aponta queda de até 35% nos desligamentos em companhias que adotam práticas empáticas; especialistas destacam ganhos em inovação, produtividade e fidelização de clientes

Descrição da imagem

Variedades • 18:23h • 24 de agosto de 2025

A solidão do concurseiro: como o isolamento impacta a performance e a saúde mental

Especialista explica de que forma o isolamento pode comprometer o aprendizado e apresenta estratégias para reduzir seus efeitos

Descrição da imagem

Cidades • 17:19h • 24 de agosto de 2025

Pedrinhas Paulista celebra 73 anos com shows de Paulo Miklos, Henrique & Diego e grandes atrações

Comemorações começam em 18 de setembro e incluem missa, desfiles, corrida, pedal, além de apresentações de Fabinho Frejat, Ivano Italianíssimo e Sandro Dhiacanga

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 16:39h • 24 de agosto de 2025

Programação da Independência em Florínea terá eventos de 1º a 5 de setembro

Escolas do município realizam hasteamento da bandeira e apresentações; evento principal será no Ginásio de Esportes Zuínão

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 16:15h • 24 de agosto de 2025

Brasil alcança recorde no turismo internacional e supera Argentina

Em 2024, o país recebeu 6,8 milhões de turistas estrangeiros e se consolidou como destino de destaque nas Américas. O crescimento continua em 2025, com alta de 47,5% no número de visitantes.

Descrição da imagem

Variedades • 15:43h • 24 de agosto de 2025

Em risco de extinção, jacutingas são devolvidas à natureza em SP

Ave típica da Mata Atlântica desapareceu de boa parte do seu habitat

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025

Especialistas alertam para a necessidade de estratégias robustas para mitigar os impactos de um possível colapso digital

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento

Quanto seria o ingresso se o show de Lady Gaga fosse pago?