Mundo • 13:06h • 11 de maio de 2025
É proposital: IBGE inverte o mapa-múndi e coloca o Brasil no centro do mundo; entenda
A nova representação cartográfica, que celebra a liderança do Brasil no BRICS e no Sul Global, marca um momento de reflexão sobre os vieses históricos dos mapas tradicionais e seu poder simbólico
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com colaboração da Agência Brasil | Foto: Divulgação

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou, na última semana, uma nova versão do mapa-múndi, invertendo a orientação tradicional e colocando o Sul no topo e o Brasil no centro. A nova representação surge no contexto em que o país exerce uma liderança crescente no cenário internacional, especialmente com sua presidência do BRICS e sua posição de destaque em eventos globais, como a COP30, que será realizada em Belém.
A mudança não é apenas uma inovação visual, mas um convite à reflexão sobre as convenções cartográficas que, historicamente, colocaram o Norte Global em posição de superioridade. Como explicou a diretora de Geociências do IBGE, Maria do Carmo Dias Bueno, a escolha de inverter a orientação do mapa é uma ação consciente e simbólica para desnaturalizar as percepções estabelecidas e dar um novo protagonismo aos países do Sul, como o Brasil.
Além de reforçar o Brasil como uma liderança estratégica no BRICS, o novo mapa destaca também a importância do país no Mercosul e o protagonismo da Amazônia no cenário ambiental global. A cidade do Rio de Janeiro, como capital do BRICS, a cidade de Belém, como sede da COP30, e o estado do Ceará, como anfitrião do Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global, são alguns dos locais destacados nesta nova versão.
Imagem: IBGE
O lançamento da versão invertida do mapa-múndi não foi uma inovação cartográfica, mas uma provocação sobre as convenções históricas que moldaram o mundo moderno. Desde o século 16, os mapas foram desenhados com um viés eurocêntrico, colocando a Europa no topo, e simbolizando sua dominação sobre as terras do Sul. Como destacou o geógrafo Luis Henrique Leandro Ribeiro, essa representatividade cartográfica reflete interesses políticos e econômicos que foram historicamente dominantes.
“Mapas não são apenas ferramentas geográficas, mas também representam projetos de poder. O novo mapa do IBGE representa um movimento de reconfiguração desses discursos, ao desafiar a ideia de que a parte superior do mapa é onde a ‘verdade’ se encontra”, afirmou Ribeiro.
No contexto do BRICS e da crescente cooperação do Sul Global, a inversão do mapa também representa a ascensão de uma nova dinâmica de poder, onde as vozes do Sul ganham mais força nas discussões globais. Milton Santos, geógrafo brasileiro, já dizia que “cada lugar é o mundo à sua maneira”, e a nova perspectiva proposta pelo IBGE reforça essa visão, oferecendo uma nova maneira de se olhar para o mundo e suas diversas realidades.
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