Mundo • 20:25h • 03 de outubro de 2025
Entenda por que os nomes de marcas não são divulgados nos casos de adulteração com metanol
Fiscalização reforçada expõe riscos da falsificação e explica por que marcas não estão sendo divulgadas
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Foto: Arquivo/Âncora1
O aumento de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas colocou o Brasil em estado de alerta. Autoridades de saúde, agências reguladoras e entidades do setor intensificaram a fiscalização para conter a circulação de produtos falsificados, que vêm causando internações graves e mortes em diferentes regiões do país.
O metanol é uma substância altamente tóxica, invisível a olho nu, sem gosto e sem cheiro. Em contato com o organismo, provoca reações severas, desde problemas neurológicos e visuais até falência múltipla dos órgãos, podendo levar à morte. Os primeiros sintomas aparecem em até 24 horas, o que torna o risco ainda maior, especialmente quando a bebida é servida em coquetéis que mascaram qualquer alteração.
Por que os nomes das marcas não são divulgados
Um dos pontos que têm gerado questionamentos é a ausência de informações sobre quais marcas estariam envolvidas nos casos recentes. Especialistas e órgãos fiscalizadores explicam que não se trata de proteger empresas, mas de evitar injustiças e desinformação. Isso porque a adulteração não ocorre nos lotes oficiais produzidos pelas fabricantes, mas em versões falsificadas feitas por intermediários.

Metanol em bebidas: especialistas explicam riscos e reforçam cuidados na compra e consumo
Tecnicamente, a divulgação de marcas poderia causar três problemas centrais:
Risco de injustiça comercial: os fabricantes oficiais seguem normas de segurança, distribuem para pontos de venda regularizados e não têm participação nas falsificações. Associar o nome de uma marca a casos de intoxicação poderia prejudicar empresas que não cometeram irregularidades.
Insegurança no mercado: citar marcas específicas passaria a falsa impressão de que apenas alguns rótulos oferecem riscos, quando, na prática, diferentes destilados — de marcas famosas a menos conhecidas — podem ser alvo de adulteração.
Foco no problema errado: o verdadeiro risco não está no fabricante, mas na compra e venda sem nota fiscal, em canais clandestinos e informais onde a adulteração ocorre. Divulgar marcas desviaria a atenção do que realmente importa: a procedência da bebida.
Como ocorre a adulteração
A investigação em andamento aponta que os falsificadores adquirem garrafas vazias ou criam embalagens falsificadas para envasar produtos com adição de metanol. Esse processo é feito de forma clandestina e sem qualquer controle de qualidade. Na prática, isso significa que o problema pode atingir qualquer marca — não porque a empresa tenha falhado, mas porque criminosos se aproveitam da identidade visual dos produtos para enganar consumidores e comerciantes.
Orientações para consumidores e comerciantes
Enquanto as autoridades trabalham na identificação da origem dessas adulterações, a recomendação é:
- Comerciantes devem comprar sempre de fornecedores regularizados, com nota fiscal e procedência comprovada;
- Consumidores devem evitar bebidas de origem duvidosa, principalmente em locais informais, e dar preferência a bares, restaurantes e distribuidores de confiança.
A Abrasel disponibilizou uma cartilha prática para identificar sinais de falsificação, que pode ser acessada gratuitamente online aqui.
No menor sinal de sintomas de intoxicação, a orientação é procurar atendimento médico imediato. O governo federal já anunciou reforço na distribuição do antídoto utilizado nesses casos.
Mais do que marcas: a responsabilidade compartilhada
Especialistas destacam que a divulgação de uma lista de marcas não resolveria o problema. O caminho é a conscientização coletiva: produtores devem manter os padrões de qualidade, comerciantes precisam exigir documentação legal e consumidores devem desconfiar de preços muito abaixo do mercado ou da ausência de comprovação fiscal.
“O risco é difuso e não está em uma marca específica, mas na rede paralela que lucra com a adulteração. A informação correta protege vidas e evita injustiças”, reforçam as autoridades.
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