Educação • 14:10h • 08 de julho de 2025
Escolas investem em IA e levam alunos a eventos internacionais com projetos inovadores
Experiências que unem tecnologia, sustentabilidade e participação global transformam o ensino e despertam o interesse por carreiras em STEM
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação

O avanço da Inteligência Artificial (IA) não só revoluciona setores produtivos como também desafia as escolas a preparar alunos para lidar com novas tecnologias de forma crítica e criativa. Segundo a pesquisa Tech Compass 2025, realizada pela Bosch, 92% dos brasileiros entrevistados afirmam querer estudar o tema. No mundo, quatro em cada cinco pessoas reconhecem a importância de compreender melhor a IA e aplicá-la em suas rotinas.
Esse cenário amplia a responsabilidade das instituições de ensino de incorporar a tecnologia nos currículos e desenvolver propostas inovadoras — muitas delas com alcance internacional. Um exemplo é o trabalho realizado pela Escola Lourenço Castanho, de São Paulo, que desde 2023 participa do MIT AI & Education Summit, nos Estados Unidos. Em 2024, o grupo venceu a competição, e agora volta ao evento com três novos projetos selecionados e 10 alunos confirmados para apresentar no MIT.
“Já realizamos este trabalho desde 2023. No ano passado ganhamos a competição, e agora fomos selecionados com três projetos, com a participação de 10 alunos já confirmados que apresentarão no MIT”, explica Tatiana Mendes, head de tecnologia educacional da escola. Os projetos envolvem estudantes do Ensino Médio e dos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), com foco no uso da IA para resolver desafios sociais e ambientais.
A escola também participa da validação de um programa internacional na Flórida, voltado a estudantes de 11 a 18 anos de diferentes países. Segundo Tatiana, os participantes se organizam em grupos, que podem reunir alunos da mesma escola ou de várias partes do mundo, para resolver um desafio baseado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A proposta inclui a programação de soluções em Python e conta com o apoio de profissionais da Nasa. O programa é estruturado em etapas eliminatórias, com uma final que define os vencedores do Campeonato STEAM.
A internacionalização, contudo, nasce de projetos locais que estimulam a criatividade e o senso crítico. Um dos trabalhos que será apresentado no MIT é o Arch Future, desenvolvido por Pedro Laudisio Henriques e colegas. O aplicativo criado pelo grupo usa IA para reduzir impactos ambientais na construção civil. “Após um longo estudo qualitativo baseado em entrevistas, desenvolvemos um protótipo com o auxílio do nosso orientador, utilizando a plataforma MIT App Inventor, que abriu as portas para nossa inscrição”, relata Pedro. “Com o uso da inteligência artificial no aplicativo, foi necessário um estudo mais elaborado a respeito do funcionamento das IAs, e com isso pude perceber que as novas tecnologias, se usadas do jeito certo, são aliadas dos seres humanos.”
Outro projeto de destaque é o de Alice Perez Gesteira, que focou no ODS 6 — manejo sustentável da água — para criar um aplicativo capaz de monitorar o consumo durante o banho e sugerir melhorias. “Usamos dois tipos de programação, uma em blocos para o app e outra com base no Arduino Uno, junto ao protótipo do dispositivo”, explica. Para Alice, trabalhar com os ODS foi transformador. “Poder desenvolver um aplicativo com o uso de AI que ajude a alcançar estes objetivos foi muito significativo para mim”, comenta.
Essas iniciativas também servem como inspiração para escolas de todo o Brasil, inclusive as do interior de São Paulo, mostrando que investir em projetos que unem tecnologia, sustentabilidade e impacto social não é exclusividade de grandes centros urbanos. Ao adotar práticas inovadoras e incentivar o pensamento crítico, instituições de ensino em diferentes regiões podem preparar melhor seus alunos para os desafios do futuro, despertando o interesse por áreas estratégicas como ciência, tecnologia, engenharia e matemática desde cedo.
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