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Saúde • 13:14h • 21 de junho de 2025

Esconder o autismo para se adequar afeta a saúde de adultos com TEA

Pesquisadora da USP busca voluntários para estudo cujo objetivo é conhecer os padrões de camuflagem social de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência SP | Foto: Governo de SP

Às vezes, o ajuste passa por mascarar características do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esse esforço para se adaptar ao meio social é chamado de camuflagem social. Não é algo benéfico: traz consequências negativas para as pessoas com TEA, incluindo sintomas de ansiedade e depressão.
Às vezes, o ajuste passa por mascarar características do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esse esforço para se adaptar ao meio social é chamado de camuflagem social. Não é algo benéfico: traz consequências negativas para as pessoas com TEA, incluindo sintomas de ansiedade e depressão.

Para enfrentar as situações sociais do dia a dia, muitas pessoas autistas tentam ajustar seu comportamento para “se encaixar”. Às vezes, o ajuste passa por mascarar características do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esse esforço para se adaptar ao meio social é chamado de camuflagem social. Não é algo benéfico: traz consequências negativas para as pessoas com TEA, incluindo sintomas de ansiedade e depressão.

“A camuflagem é um importante fator de risco para problemas de saúde mental em pessoas autistas, além de predizer piores índices de qualidade de vida”, diz a psicóloga Tally L. Tafla. Pesquisadora de pós-doutorado do Instituto de Psicologia (IP) da USP, ela desenvolve um estudo sobre camuflagem social em adultos com TEA.

A pesquisadora explica que camuflagem social é um termo guarda-chuva para diferentes tipos de estratégia. “Seria o esconder, mascarar ou modificar algum comportamento para atender às demandas sociais, situações nas quais aquele comportamento não seria visto como ‘adequado’”, afirma.

O objetivo do estudo de Tally é entender como esses comportamentos compensatórios se manifestam entre os adultos autistas no Brasil, o que ela compara com dados de pesquisas realizadas no Reino Unido. “Todos os estudos sobre camuflagem foram realizados em outros países, principalmente no Reino Unido e na Austrália, o que nos diz muito pouco sobre a população brasileira”, diz a pesquisadora.


Para isso, ela está procurando voluntários para participar da pesquisa respondendo a um questionário on-line. O questionário contém 35 perguntas, que devem ser respondidas em uma escala que vai de “discordo totalmente” a “concordo totalmente”, e segue aberto para novos participantes até 30 de junho.

Após esse período de coleta, Tally pretende utilizar os dados para verificar a versão brasileira do Questionário de Camuflagem de Traços Autistas (CAT-Q, na sigla em inglês). O CAT-Q é um teste usado para medir o grau de comportamentos de camuflagem de adultos com TEA. É nessa etapa que a pesquisadora vai comparar os dados dos brasileiros com TEA com dados do Reino Unido.

“Acreditamos que, ao compararmos os dados do Brasil com os do Reino Unido, vamos encontrar taxas mais elevadas de camuflagem”, diz a psicóloga, explicando uma das hipóteses da pesquisa. “Já existem evidências indicando variabilidade das experiências em diferentes contextos e culturas, com relatos que haveria menos pressão para se camuflar no Reino Unido em comparação com outras culturas. As normas sociais do Reino Unido seriam mais ‘fáceis’ de serem atendidas, por serem do tipo ‘mais reservado e reticente’. Seria o oposto do valorizado no Brasil”, completa.

Com filhos, sem filhos: o que muda?

Outra pergunta da pesquisa de Tally tem a ver com parentalidade. Ela quer saber se ter filhos impacta nos comportamentos de camuflagem. A pesquisadora destaca a importância de investigar possíveis aumentos de níveis de camuflagem em mães e pais autistas, já que criar os filhos demanda muitas interações e atividades sociais.

“Queremos entender quais os principais contextos nos quais a camuflagem de mães e pais autistas ocorre para que ajustes e intervenções em saúde mental possam ser feitos da maneira mais personalizada possível”, argumenta a psicóloga.

Segundo a pesquisadora, há relatos positivos sobre as experiências de pessoas autistas com a parentalidade. Apesar disso, a maternidade autista também está associada a uma série de desafios. “Mães autistas são mais propensas a ter condições psiquiátricas como depressão pré ou pós-parto, taxas mais altas de mutismo seletivo e ansiedade, além de considerarem a maternidade uma experiência de isolamento”, conta Tally.

O questionário da pesquisa não tem perguntas específicas sobre parentalidade. Mas ter uma amostra representativa da população adulta brasileira vai ajudar a entender se ter filhos afeta ou não a camuflagem social. Já participaram do questionário on-line voluntários de São Paulo, Porto Alegre, Fortaleza, Mato Grosso e Brasília, entre outras cidades brasileiras.

Na próxima fase da pesquisa, a pesquisadora fará entrevistas com mães e pais autistas. O objetivo será investigar os comportamentos de camuflagem ligados à parentalidade e sua frequência em situações relacionadas aos filhos. Tally desenvolve a pesquisa sob orientação da professora Elizabeth Shephard, do IP.


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