Variedades • 16:11h • 27 de agosto de 2025
Especialista alerta: “não existe terapia com inteligência artificial”
No Dia do Psicólogo, neuropsicóloga reforça que máquinas não substituem o acompanhamento humano e que conselhos oferecidos por IA podem ser superficiais e prejudiciais
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da SemFronteiras Assessoria | Foto: Divulgação

Um levantamento realizado pela Talk Inc aponta que um em cada dez brasileiros recorre a plataformas de inteligência artificial para conversar sobre questões pessoais e emocionais. Entre os motivos citados pelos participantes estão a introspecção, a indisponibilidade de amigos, a falta de vínculos próximos e a solidão. O estudo mostra ainda que 60% dos usuários tratam os chats de IA como se fossem pessoas, adotando um tom educado e conversando de maneira semelhante à que teriam com um amigo.
Neste Dia do Psicólogo, celebrado em 27 de agosto, a neuropsicóloga Ana Beatriz Sahium, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, alerta para os riscos dessa prática. Segundo ela, embora os recursos digitais possam parecer atrativos, não têm a profundidade necessária para substituir a terapia. “A máquina não tem a capacidade de te aconselhar de verdade, de analisar seu processo. Ela oferece respostas rasas, superficiais, que não levam a um tratamento real”, explica.
A neuropsicóloga Ana Beatriz Sahium pondera sobre as relações das pessoas com as inteligências artificiais | Arquivo pessoal
Ana Beatriz ressalta que a inteligência artificial não possui empatia ou capacidade de adaptação a cada indivíduo. “Os psicólogos estudam anos para entender como cada paciente reage a uma situação, quais são seus gatilhos e quais técnicas funcionam melhor para cada perfil. A IA trará soluções fáceis, mas que muitas vezes não são aplicáveis à realidade do paciente”, afirma.
Outro ponto destacado é a impossibilidade de a tecnologia investigar a origem dos problemas emocionais. “O que um adulto enfrenta hoje pode ter raízes na infância ou adolescência, e o programa não vai investigar isso. Ele trata apenas o imediato, o raso, enquanto a terapia exige uma investigação profunda e contínua”, completa.
A especialista reforça que o acompanhamento com psicólogos permite identificar avanços, enfrentar dificuldades e promover um crescimento verdadeiro. “A terapia é feita de trocas humanas, que não podem ser substituídas. Conversar com um chat pode até dar a sensação de alívio, mas não oferece recursos técnicos nem estratégias para resolver os problemas. Isso pode trazer malefícios e frustrações ao paciente”, alerta.
Aviso legal
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, integral ou parcial, do conteúdo textual e das imagens deste site. Para mais informações sobre licenciamento de conteúdo, entre em contato conosco.
Últimas Notícias
As mais lidas
Ciência e Tecnologia
Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025
Especialistas alertam para a necessidade de estratégias robustas para mitigar os impactos de um possível colapso digital