Responsabilidade Social • 10:33h • 25 de maio de 2025
Estudo alerta para aumento da violência contra mulheres em áreas vulneráveis
Pesquisadores destacam que mulheres de 25 a 34 anos são as principais vítimas e que a falta de acesso a serviços agrava o problema em comunidades vulneráveis
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Universidade de Monash | Foto: Divulgação

Uma nova pesquisa realizada por universidades internacionais acende um alerta que também se reflete no Brasil: a violência doméstica associada ao uso de álcool e outras drogas atinge de forma desproporcional as mulheres que vivem em regiões socioeconomicamente mais vulneráveis e em cidades afastadas dos grandes centros. O estudo aponta que essas mulheres estão até 3,5 vezes mais expostas a situações de violência do que aquelas que vivem em áreas urbanas e com melhores condições de vida.
O levantamento analisou 1.484 registros de atendimentos realizados por serviços de emergência em casos de violência por parceiro íntimo (VPI) envolvendo álcool e drogas. Os dados mostram que a maioria das vítimas são mulheres, principalmente na faixa etária entre 25 e 34 anos. Em dois terços dos casos, foi necessário que a vítima fosse levada para atendimento hospitalar, o que revela a gravidade das ocorrências.
Os dados também indicam que as regiões mais afastadas, como cidades do interior e comunidades rurais, registram um número de chamados de emergência até 58% maior quando comparado às grandes cidades. Isso acontece, segundo os pesquisadores, porque nessas localidades o acesso a serviços de apoio, transporte público e acolhimento especializado é muito mais limitado, fazendo com que a ambulância muitas vezes se torne o único recurso imediato disponível.
Para o pesquisador Rowan Ogeil, líder do estudo, o problema revela uma realidade preocupante que se repete em diversos países, inclusive no Brasil. “A combinação de vulnerabilidade social, falta de serviços e o uso de álcool ou drogas gera um ciclo de violência que impacta diretamente essas comunidades. É um problema de saúde pública, e não apenas de segurança pública”, afirma.
O estudo também reforça que a violência doméstica associada ao uso de substâncias precisa ser enfrentada de forma conjunta, envolvendo não apenas políticas de combate à violência, mas também de saúde mental, acesso ao tratamento para dependência química e fortalecimento dos serviços de acolhimento nas redes municipais e estaduais.
Os pesquisadores alertam que as estatísticas oficiais, muitas vezes, não refletem toda a realidade, especialmente nas áreas rurais e nas periferias, onde os registros são subnotificados. Por isso, defendem que é urgente criar políticas públicas que considerem os dados reais, investindo na prevenção, no fortalecimento das redes de apoio e no atendimento humanizado às vítimas.
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