Ciência e Tecnologia • 13:05h • 22 de dezembro de 2025
Estudo em morcegos brasileiros identificou novo subgênero de coronavírus
Pesquisa publicada na revista Virus Evolution descreve um novo subgênero de betacoronavírus encontrado em morcegos da região e reforça a importância do monitoramento da diversidade viral na fauna brasileira
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações da Fiocruz | Foto: Arquivo Âncora1
Um artigo recém-publicado na revista científica Virus Evolution traz avanços importantes no conhecimento sobre os coronavírus que circulam entre morcegos do Nordeste do Brasil. O estudo, conduzido por pesquisadores brasileiros e alemães, identificou um novo subgênero de betacoronavírus — o mesmo grupo ao qual pertencem os vírus Sars-CoV-2 e Mers — e conseguiu, pela primeira vez, obter dois genomas completos e alguns genomas parciais desses vírus. A partir dessa caracterização, o novo grupo foi batizado de ambecovírus (American betacoronavirus).
Ao todo, 19 morcegos analisados testaram positivo para o ambecovírus. As amostras foram estudadas por meio de técnicas de metatranscriptômica, uma metodologia de ponta que, associada a ferramentas avançadas de bioinformática, permite identificar todos os vírus presentes em uma amostra, inclusive aqueles ainda desconhecidos pela ciência.
A pesquisa foi liderada por Gabriel Wallau, da Fiocruz Pernambuco, e contou com a participação de especialistas das áreas de Virologia, Entomologia e Bioinformática, além de pesquisadores do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Pernambuco. O trabalho foi desenvolvido em colaboração com o Bernhard Nocht Institute for Tropical Medicine, da Alemanha.
Segundo Wallau, a descoberta não representa motivo para alarme, mas evidencia o quanto a diversidade viral em animais da região neotropical — que vai do México ao norte da Argentina — ainda é pouco conhecida. “Isso reforça a necessidade de uma abordagem sistemática para a exploração e a análise do viroma dos morcegos”, explica.
O pesquisador destaca ainda que a presença de vírus em animais não significa, necessariamente, risco imediato para humanos. “É fundamental avaliar o potencial de transmissão entre animais e pessoas, o que é feito por meio de testes in vitro. A pandemia de Covid-19 deixou claro o quanto esse tipo de estudo é essencial”, conclui.
Aviso legal
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, integral ou parcial, do conteúdo textual e das imagens deste site. Para mais informações sobre licenciamento de conteúdo, entre em contato conosco.
Últimas Notícias
As mais lidas
Ciência e Tecnologia
Paralisação completa do 3I/Atlas intriga cientistas e realinhamento aponta para novo comportamento
Registros confirmados por observatórios independentes em três continentes mostram desaceleração em microetapas, parada total e ajuste direcional incomum, ampliando questionamentos sobre a natureza do visitante interestelar
Ciência e Tecnologia
3I/ATLAS surpreende e se aproxima da esfera de Hill de Júpiter com precisão inédita