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Responsabilidade Social • 08:34h • 20 de maio de 2025

Estudo em morros do Sudeste encontra espécies resistentes ao calor

Elas podem ser usadas em projetos de restauração florestal

Agência Brasil | Foto: Dayvid R. Couto/Divulgação

Por sua grande resistência a adversidades, tais espécies podem tornar projetos de restauração florestal mais eficientes, especialmente em áreas sujeitas à mineração, atividade econômica que é uma ameaça aos próprios inselbergs capixabas.
Por sua grande resistência a adversidades, tais espécies podem tornar projetos de restauração florestal mais eficientes, especialmente em áreas sujeitas à mineração, atividade econômica que é uma ameaça aos próprios inselbergs capixabas.

Um estudo realizado em quatro inselbergs (afloramentos rochosos) do estado do Espírito Santo, na região Sudeste do Brasil, identificou 26 espécies de plantas lenhosas, com grande capacidade de enfrentar a escassez de água, poucos nutrientes e temperatura elevada. O levantamento - feito por cinco pesquisadores brasileiros - é pioneiro para esse tipo de vegetação em inselbergs da Mata Atlântica.

A pesquisa foi realizada com 300 elementos dessas 26 espécies, entre árvores, arbustos e palmeiras, entre elas duas espécies endêmicas de inselbergs deste bioma: Pseudobombax petropolitanum (paineira-das-pedras) e a Wunderlichia azulensis (árvore da família dos girassóis), ambas ameaçadas de extinção.

Entre as constatações do estudo está a capacidade de armazenamento de carbono, que se relaciona com a expectativa de vida da planta e sua taxa de crescimento anual, afinal os vegetais absorvem dióxido de carbono da atmosfera para se alimentar. Com o CO2, as plantas podem produzir energia para elas e, principalmente, ganhar biomassa (ou seja, crescer).

Longevidade

“Sabemos que algumas espécies apresentam grande longevidade, como a paineira-das-pedras, que, em alguns casos, atinge 16 metros de altura e 116 centímetros de diâmetro - algo surpreendente, considerando que a espécie cresce diretamente sobre rochas expostas”, afirma o pesquisador do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) Dayvid Couto.

Para ele, esse foi o primeiro estudo no mundo a estimar a biomassa e carbono das plantas lenhosas de inselbergs. Mas, para descobrir o potencial real de sequestro de carbono dessas comunidades vegetais, seria preciso aprofundar os estudos, pesquisando, por exemplo, o tempo de vida, sua velocidade de crescimento e a biomassa e carbono estocados na raiz.

“Sem essas respostas, é difícil fazer estimativas do potencial de sequestro de carbono. Essas questões serão monitoradas e avaliadas em estudos futuros que a equipe pretende desenvolver a depender de financiamento. Isso permitirá obter dados robustos sobre o potencial de carbono fixado anualmente por essa vegetação, por exemplo”, avalia.

Flor de Wunderlichia azulensis, árvore rupícola ameaçada e endêmica de inselberg da Mata Atlântica - Foto: Dayvid R. Couto/Divulgação

Carbono

Apesar disso, sabe-se que as plantas lenhosas de inselbergs podem armazenar entre 14 e 48 toneladas de carbono por hectare apenas na biomassa aérea (sem considerar as raízes), valor equivalente ao das florestas estacionais que crescem no entorno dos inselbergs do sul do Espírito Santo.

Mas, em um contexto de mudanças climáticas, o potencial de sequestro de carbono não é a única contribuição que o conhecimento dessa vegetação pode trazer ao ambiente. Por terem serem afloramentos rochosos, os inselbergs acumulam pouco solo e, consequentemente, poucos nutrientes e água, além de estarem sujeitos à alta exposição solar.

“As espécies que vivem nos inselbergs possuem adaptações importantes que lhes conferem maior resistência a condições extremas, como solos rasos, alta exposição solar e escassez de água e nutrientes. Algumas dessas adaptações incluem raízes tuberosas, que armazenam água, e folhas caducifólias, que caem durante os períodos mais secos para reduzir a perda hídrica”, explica o estudioso.

Restauração florestal

Por sua grande resistência a adversidades, tais espécies podem tornar projetos de restauração florestal mais eficientes, especialmente em áreas sujeitas à mineração, atividade econômica que é uma ameaça aos próprios inselbergs capixabas.

“Muitas das espécies lenhosas inventariadas são bem adaptadas a essas condições desafiadoras. Por isso, elas se mostram promissoras para uso em projetos de restauração de áreas degradadas pela mineração de rochas ornamentais”, explica Dayvid Couto.

Acrescenta que “a indústria de rochas ornamentais é uma das atividades econômicas mais relevantes no Espírito Santo. No entanto, os impactos profundos que essa atividade causa na biodiversidade dos inselbergs têm sido amplamente negligenciados”.

Segundo ele, “esses ecossistemas abrigam um número expressivo de espécies vegetais, muitas delas endêmicas e ameaçadas de extinção.

Desafio para a ciência

“Restaurar as funções ecológicas e as interações bióticas nesses ambientes após a mineração é um desafio imenso para a ciência. Nosso estudo evidencia lacunas importantes de conhecimento e reforça a necessidade de investimentos em pesquisas voltadas especificamente para esse tipo de ambiente. A partir desses dados, é possível buscar soluções mais sustentáveis e inovadoras, capazes de transformar essa indústria em um modelo de responsabilidade socioambiental”, explica.

O levantamento identificou que 17 das 26 espécies que não constavam em um inventário da flora de inselbergs da Região Sudeste do Brasil, realizado recentemente, o que mostra que ainda há muito a se conhecer em relação à diversidade vegetal desses ambientes.

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