Saúde • 11:00h • 20 de agosto de 2025
Estudo liga pregabalina a maior risco de insuficiência cardíaca em idosos
Pesquisa com mais de 240 mil pacientes nos EUA aponta que o uso da substância aumenta em até 85% a chance de problemas cardíacos em comparação à gabapentina.
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações do CFF | Foto: CFF

Um estudo publicado em 1º de agosto no periódico JAMA Network Open acendeu um alerta sobre a segurança da pregabalina em idosos. A pesquisa, que analisou dados de 246.237 beneficiários do Medicare nos Estados Unidos, mostrou que o anticonvulsivo — amplamente prescrito para dor crônica não oncológica — está associado a um risco significativamente maior de insuficiência cardíaca quando comparado à gabapentina.
Os resultados apontam que o início do tratamento com pregabalina eleva em 48% a probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca em relação à gabapentina. Entre pacientes com histórico de doenças cardiovasculares, o risco é ainda mais expressivo: 85% maior.
Durante o acompanhamento, feito entre 2014 e 2018, nenhum dos participantes tinha diagnóstico prévio da condição. Do total, 18.622 iniciaram o uso da pregabalina e 227.615 começaram tratamento com gabapentina. No período, 1.470 precisaram de internação ou atendimento de emergência por insuficiência cardíaca. A taxa foi de 18,2 casos por 1.000 pessoas-ano entre usuários de pregabalina, contra 12,5 no grupo da gabapentina — cerca de seis novos episódios a mais por ano a cada 1.000 pacientes tratados.
Segundo os autores, a pregabalina pode favorecer retenção de sódio e água, mecanismos ligados à piora da função cardíaca. As conclusões reforçam recomendações já emitidas pela Agência Europeia de Medicamentos, que orienta cautela no uso do fármaco em idosos com problemas cardíacos.
Em editorial publicado junto ao estudo, especialistas ressaltaram que os achados têm implicações imediatas na prática médica. “Os médicos devem considerar os riscos cardiovasculares associados à pregabalina em relação aos seus benefícios analgésicos, especialmente em idosos com doenças cardíacas”, destacaram o Dr. Robert Zhang, do Weill Cornell Medicine (EUA), e o Dr. Edo Birati, do Centro Médico Tzafon (Israel).
Os pesquisadores também levantam a hipótese de que o medicamento possa revelar doenças cardiovasculares ainda não diagnosticadas, reforçando a importância de avaliações cardíacas mais detalhadas antes da prescrição. Apesar do aumento no risco de insuficiência cardíaca, o estudo não encontrou diferença significativa na mortalidade geral entre os grupos.
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