Responsabilidade Social • 10:30h • 22 de outubro de 2024
Expedição redescobre plantas consideradas extintas no Estado de SP
Pesquisadores localizaram 2 espécies extintas e outras 18 sob risco de desaparecerem dentro do Parque Lagamar, no litoral sul paulista
Da Redação com informações da Semil | Foto: Divulgação

O estudo foi realizado por cientistas do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil). Durante a pesquisa de campo, cujo objetivo inicial era catalogar a flora local, foram encontrados exemplares das espécies Myrcia loranthifolia e Peperomia diaphanoides, classificadas até então como extintas no território paulista.
Essas plantas foram localizadas em uma área preservada da restinga, uma floresta costeira. A Myrcia loranthifolia, da família da jabuticaba e da pitanga (Myrtaceae), é uma planta arbórea de grande porte. Já a Peperomia diaphanoides é uma erva epífita que vive sobre outras árvores, em pontos altos, sendo necessário o auxílio de um escalador para coletá-la. Além dessas espécies redescobertas, 18 outras foram registradas na lista de ameaçadas, nas categorias vulnerável, em perigo e criticamente em perigo.
“Esses achados mostram a relevância das unidades de conservação na proteção de espécies”, destacou Claudio de Moura, pesquisador do IPA e um dos responsáveis pelo estudo. Ele ressaltou que o desconhecimento sobre a flora ainda é grande, e é possível que outras espécies estejam em situações similares.
Durante o levantamento, foram identificadas 540 espécies de plantas vasculares. As vasculares são plantas que possuem sistemas especializados para o transporte de água e nutrientes, como raízes, caules e folhas, o que garante maior eficiência e complexidade em comparação com plantas não vasculares, como musgos.
O resultado da pesquisa foi publicado em julho na revista Hoehnea, um dos periódicos do IPA. O Parque Estadual Lagamar de Cananeia, onde o estudo foi realizado, possui mais de 40 mil hectares — o equivalente a cerca de 3.887 campos de futebol — e está localizado nos municípios de Cananeia e Jacupiranga. Ele integra o Mosaico de Unidades de Conservação do Jacupiranga, com 243 mil hectares.
O parque preserva diferentes tipos de habitats que se estendem do litoral até a Serra de Paranapiacaba, contribuindo para a conservação da biodiversidade paulista e da Mata Atlântica. Esse bioma é fundamental por sua riqueza de espécies e elevado número de endemismos, embora sofra pressões ambientais que aumentam o risco de extinção.
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