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Ciência e Tecnologia • 09:48h • 25 de dezembro de 2025

Ferramentas de metrologia melhoram análise de cachaça e vodca em laboratórios

Para evitar que a toxicidade atinja os consumidores e cause prejuízos à saúde pública, laboratórios de análise monitoram a composição das bebidas destiladas

Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência SP | Foto: Arquivo Âncora1

Ferramentas metrológicas podem ser aplicadas em diversas áreas, mas a cachaça foi escolhida por ser um produto nacional
Ferramentas metrológicas podem ser aplicadas em diversas áreas, mas a cachaça foi escolhida por ser um produto nacional

Pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP) avançaram na gestão da qualidade de laboratórios responsáveis pela análise de bebidas destiladas, como cachaça e vodca. O grupo desenvolveu um Material de Referência Certificado (MRC) e aplicou Ensaios de Proficiência (EP), ferramentas metrológicas que estabelecem padrões e asseguram a confiabilidade dos resultados laboratoriais no monitoramento de congêneres orgânicos — substâncias que contribuem para aroma e sabor, mas que podem ser tóxicas em concentrações elevadas. O estudo foi publicado na revista Accreditation and Quality Assurance.

O controle desses compostos é essencial para evitar riscos à saúde pública. Por isso, laboratórios especializados monitoram a composição das bebidas destiladas, e a confiabilidade das análises depende diretamente de sistemas robustos de gestão da qualidade.

Segundo o professor Igor Olivares, do IQSC e orientador da pesquisa, a metrologia, ciência das medições, é parte fundamental desse processo. As ferramentas metrológicas garantem que os resultados analíticos estejam dentro dos padrões exigidos. “Assim como na fabricação de um capacete é preciso assegurar que ele cumpra sua função, nas análises laboratoriais é necessário garantir que as medições sejam confiáveis”, explica.

A química Rhaissa Bontempi, primeira autora do artigo, destaca que o controle de qualidade ocorre nos bastidores das análises e vai muito além da execução dos testes em laboratório. De acordo com ela, a validação dos resultados é um processo extenso e indispensável para assegurar a credibilidade dos laudos emitidos.

Os congêneres orgânicos estão naturalmente presentes nas bebidas destiladas, pois fazem parte do processo de produção. Por isso, não podem ser eliminados, apenas monitorados. As concentrações máximas aceitáveis são definidas pelo Ministério da Agricultura. Para a vodca, foram avaliados acetato de etila, metanol e 2-metil-1-propanol. No caso da cachaça, os analitos analisados foram metanol, propanol, 2-metil-1-propanol e 2-metil-1-butanol, com diferenças principalmente nos níveis de concentração.

A pesquisa desenvolveu ferramentas de controle de qualidade por meio da produção do Material de Referência Certificado e da aplicação de Ensaios de Proficiência. O MRC funciona como um padrão confiável, semelhante a um peso-padrão usado para verificar balanças, contendo concentrações conhecidas das substâncias avaliadas. Já o Ensaio de Proficiência consiste em testes cegos, nos quais os laboratórios recebem amostras desconhecidas e precisam identificar corretamente os níveis dos compostos analisados.

O MRC foi produzido a partir de amostras de cachaça e vodca fornecidas por uma empresa parceira, utilizando a técnica de adição de padrão, na qual quantidades conhecidas das substâncias são incorporadas às bebidas. Para a certificação do material, foram realizados testes de estabilidade, homogeneidade e caracterização, que asseguram a confiabilidade e a durabilidade do produto.

Embora exista também o Material de Referência não certificado, os pesquisadores optaram pelo MRC por oferecer maior segurança aos laboratórios, já que o certificado descreve parâmetros como estabilidade e homogeneidade do material.

Após o desenvolvimento, o material foi disponibilizado gratuitamente a laboratórios de análise de bebidas. Para os Ensaios de Proficiência, os participantes receberam um protocolo com orientações, mas também puderam utilizar seus próprios métodos analíticos. Cada laboratório recebeu dois frascos de materiais de referência e escolheu qual substância analisar.

As duas ferramentas têm funções complementares: enquanto o MRC apoia o controle interno de qualidade, os Ensaios de Proficiência avaliam o desempenho dos laboratórios de forma imparcial. Segundo os pesquisadores, esse conjunto fortalece a confiabilidade das análises.

A escolha da cachaça como objeto do estudo se deve ao fato de ser um produto tipicamente brasileiro, para o qual não existem materiais de referência certificados internacionais. Além disso, trata-se de um setor com alta demanda e desafios no controle de qualidade dos lotes produzidos.

Os pesquisadores ressaltam que as ferramentas desenvolvidas não têm como foco identificar adulterações intencionais, mas sim monitorar contaminações naturais do processo produtivo. Em casos de adulteração grave, como altas concentrações de metanol, os níveis seriam facilmente detectados pelas análises laboratoriais convencionais.

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