Educação • 20:25h • 21 de julho de 2025
Fuvest inclui apenas autoras mulheres na nova lista de leituras obrigatórias
USP marca virada simbólica e pedagógica ao selecionar exclusivamente escritoras para o vestibular entre 2026 e 2028
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Agência FR | Foto: Divulgação

Pela primeira vez em sua história, a Fuvest – responsável pelo vestibular da Universidade de São Paulo (USP) – anunciou uma lista composta exclusivamente por autoras mulheres para o ciclo de leituras obrigatórias de 2026 a 2028. A decisão representa um marco na educação brasileira, com impacto direto na formação crítica de milhares de estudantes do Ensino Médio e na valorização da produção literária feminina.
A nova curadoria propõe uma revisão no repertório tradicional, ampliando a diversidade de estilos, épocas e perspectivas que compõem o cânone literário exigido no processo seletivo. Além de destacar o protagonismo feminino na literatura, a iniciativa convida os vestibulandos a refletirem sobre o papel histórico das mulheres na cultura e sociedade.
Diante dessa mudança, plataformas educacionais como o Britannica School têm oferecido suporte ao aprofundamento das leituras, disponibilizando conteúdos que contextualizam as trajetórias das autoras, exploram aspectos literários das obras e promovem uma abordagem interdisciplinar. A seguir, conheça quatro autoras em destaque na nova lista da Fuvest:
Clarice Lispector – Reconhecida internacionalmente, Clarice é conhecida por uma escrita introspectiva e existencialista. Sua prosa, marcada por frases elípticas e vocabulário simples, revela personagens femininas em situações de crise. Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, seu foco não está em temáticas regionais, mas em dilemas humanos universais.
Rachel de Queiroz – Primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, Rachel é autora de “O quinze”, romance que retrata a dura realidade das famílias nordestinas afetadas pela seca de 1915. Com forte presença do sertão e das questões sociais em sua obra, destacou-se desde a juventude pela originalidade e pelo compromisso com uma linguagem mais próxima da oralidade popular.
Paulina Chiziane – Primeira romancista publicada em Moçambique, Paulina rompeu barreiras na literatura africana contemporânea. Sua obra mistura realismo com elementos do folclore local, como em “Balada de amor ao vento”, onde examina o passado africano com uma visão crítica e sensível às questões de gênero e tradição.
Sophia de Mello Breyner Andresen – Um dos principais nomes da poesia portuguesa do século XX, Sophia construiu uma obra lírica e intimista, com forte presença da natureza, do cotidiano e do mar. Seus poemas combinam delicadeza e rigor, oferecendo aos leitores uma experiência sensorial e reflexiva.
A adoção dessas autoras pela Fuvest não apenas representa uma mudança curricular, mas também simboliza um avanço na construção de uma educação mais inclusiva e plural. Ao valorizar diferentes vozes e narrativas, a universidade contribui para formar leitores mais críticos, atentos às múltiplas dimensões da literatura e da sociedade.
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