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Ciência e Tecnologia • 20:11h • 22 de novembro de 2025

Galeria inédita da NASA revela comportamento nunca visto no visitante interestelar 3I/Atlas

Conjunto de dados reúne imagens de 15 missões espalhadas pelo Sistema Solar e reforça que o objeto exibe padrões físicos que não se encaixam nos modelos tradicionais de cometas

Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Foto: Divulgação/NASA

NASA divulga maior galeria já produzida de um visitante interestelar e revela comportamento inédito do 3I/Atlas
NASA divulga maior galeria já produzida de um visitante interestelar e revela comportamento inédito do 3I/Atlas

A NASA publicou nesta semana, entre 20 e 21 de novembro, a galeria completa de observações do 3I/Atlas, o visitante interestelar que atravessa o Sistema Solar em 2025. A campanha, considerada a mais ampla já realizada para um objeto vindo de outra estrela, envolveu simultaneamente 15 espaçonaves, de sondas solares a orbitadores marcianos, telescópios espaciais e missões de espaço profundo. As imagens revelam diferenças marcantes de brilho, estrutura, direção da cauda, morfologia da coma e comportamento térmico — um conjunto de características que não se repete em nenhum cometa típico do Sistema Solar.

A escala da operação é inédita. Normalmente, a NASA aciona uma ou duas missões para observar objetos passageiros, como asteroides e cometas. Mas, desta vez, Hubble, James Webb, MAVEN, Mars Reconnaissance Orbiter, Perseverance, Lucy, Psyche, Solar Orbiter, Parker Solar Probe, PUNCH, SOHO, entre outras plataformas, foram mobilizadas de forma coordenada. A decisão indica que o objeto é considerado não apenas raro, mas potencialmente revelador sobre processos naturais que ocorrem fora do ambiente de formação do nosso Sistema Solar.

3I/Atlas surpreende cientistas com estrutura e cauda anômalas em campanha com 15 missões | NASA

Contexto: um objeto que desafia padrões

Desde que o 3I/Atlas entrou em campo de observação, equipes científicas têm registrado anomalias na cauda, na emissão de poeira, na distribuição de gás e na forma como o objeto responde ao vento solar. Os dados reunidos na semana do dia 17, e consolidados nas imagens publicadas agora, reforçam que o comportamento não segue o padrão esperado para cometas originários daqui.

Enquanto cometas comuns apresentam morfologia estável, cauda alinhada à radiação solar e variação gradativa do brilho, o 3I/Atlas exibe mudanças abruptas, um envelope de poeira incomum e uma desgazeificação que ocorre muito antes do esperado para corpos ainda distantes do Sol. O resultado é um retrato científico multifacetado: cada missão registrou o mesmo objeto, no mesmo período, mas revelando aspectos diferentes — do ultravioleta ao infravermelho térmico.

O casulo azulado do Hubble

Entre as imagens que mais chamaram atenção está a produzida pelo telescópio espacial Hubble. Em vez da cauda triangular típica da poeira soprada pela radiação solar, o 3I/Atlas aparece como um casulo simétrico, azulado e em forma de lágrima. A liberação de poeira ocorre de maneira suave e uniforme, sem explosões assimétricas.

Essa morfologia sugere:

  1. Núcleo mais resistente do que o de cometas tradicionais;
  2. Desgazeificação regulada por uma crosta endurecida;
  3. Grãos de poeira de distribuição e composição incomuns;
  4. Estrutura que lembra um envelope protetor, não uma pluma caótica.

O núcleo permanece intacto mesmo após alcançar a região próxima de Marte, o que contrasta com objetos frágeis que se desintegram nessa fase da trajetória.

O halo gigantesco observado pela MAVEN

As imagens ultravioleta da missão MAVEN surpreenderam pesquisadores ao mostrarem um halo de hidrogênio muito maior que os modelos previam. O tamanho desse halo indica intensa dissociação de água — algo inesperado para a distância atual do objeto em relação ao Sol.

A questão que acompanha os cientistas desde as primeiras medições reforça-se agora:
Por que o 3I/Atlas está sublimando água em quantidade tão elevada em uma região onde cometas permanecem congelados?

As hipóteses levantadas incluem:

  • Calor interno residual;
  • Composição com supervoláteis;
  • Crosta espessa que permite ventilação controlada.

As possibilidades apontam para uma origem significativamente distinta dos cometas que se formaram no Sistema Solar.

Visitante interestelar exibe física incomum e mobiliza maior observação multimissão da história | NASA

Envelope de poeira e tamanho real observados pelo MRO

A câmera HiRISE, do Mars Reconnaissance Orbiter, capturou o objeto como um semicírculo branco atravessado por um véu translúcido de poeira. A simetria e a intensidade do brilho sugerem que o núcleo pode ter quilômetros de largura. A espessura irregular do envelope indica aquecimento desigual — um comportamento raro para cometas.

A cauda desalinhada registrada pelo PUNCH

Outra observação inédita veio da missão PUNCH, que detectou uma cauda se estendendo lateralmente, em ângulo incompatível com o vento solar. Em cometas típicos, a cauda aponta sempre diretamente para longe do Sol.

Duas interpretações são consideradas:

  1. Variações locais do vento solar;
  2. Jatos assimétricos gerando aceleração não gravitacional.

Essa segunda possibilidade lembra o comportamento observado em Oumuamua, o que a torna cientificamente relevante.

Assinaturas térmicas e composição incomum

Dados térmicos da missão Sperics indicaram um núcleo mais quente do que esperado. A combinação entre calor interno, liberação de gases sob pressão e absorção eficiente de luz solar sugere estrutura em camadas e possível presença de bolsões internos.

Já o Webb registrou padrões químicos que não combinam com gelo raso típico de cometas. E observações do SOHO mostram baixa reflexão em luz visível, enquanto Lucy identificou brilho estável visto de ângulos opostos, indicando alto albedo ou propriedades especiais de retroespalhamento.

Imagens da NASA mostram que o 3I/Atlas não se comporta como um cometa comum | NASA

Desvios sutis na trajetória

A missão Psyche identificou pequenas irregularidades na movimentação do 3I/Atlas em relação ao campo estelar. Esses desvios são importantes porque ajudam a diferenciar uma trajetória puramente gravitacional de forças adicionais, como jatos ou sublimação irregular. Objetos interestelares registrados até hoje exibiram esse tipo de variação, e o 3I/Atlas não foge ao padrão.

Um visitante que revela mais do que responde

Ao reunir os dados, o retrato global do 3I/Atlas mostra um objeto que não se encaixa no arquétipo de cometa. Especialistas afirmam que todas as anomalias têm explicações naturais possíveis — mas a simultaneidade e a intensidade desses fenômenos no mesmo corpo são incomuns e exigem investigação contínua. As características apontam para uma formação em ambientes muito diferentes do nosso Sistema Solar.

Um novo modelo para futuras campanhas

A mobilização de 15 espaçonaves estabelece um marco na forma como a comunidade científica responde a objetos interestelares. O caso do 3I/Atlas demonstra que, diante de um visitante realmente incomum, é possível acionar uma rede de observação distribuída por todo o Sistema Solar, combinando diferentes ângulos, sensores e faixas espectrais.

A partir dessa campanha, a NASA já considera protocolos mais ágeis para futuras detecções. A expectativa é de que eventos como este se repitam, não pela raridade extrema, mas porque a capacidade de detecção melhorou de forma significativa nos últimos anos.

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