Ciência e Tecnologia • 19:43h • 23 de outubro de 2025
Geração Z redefine o aprendizado com TikTok, ChatGPT e novas formas de atenção
De enciclopédias a ChatGPT e TikTok, o conhecimento tornou-se veloz, fragmentado e desafia escolas e professores a repensarem o ensino
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
A forma de aprender nunca foi tão dinâmica. Se antes o estudo dependia de livros, cadernos e enciclopédias, hoje os jovens transitam entre TikTok, Google, podcasts e ferramentas de inteligência artificial como o ChatGPT. A educação, que por décadas se apoiou em metodologias lineares, agora enfrenta o desafio de dialogar com uma geração que aprende em múltiplas telas, ao ritmo da hiperconectividade.
A chamada Geração Z — nascida entre 1997 e 2012 — já é majoritariamente composta por “nativos digitais”. Dados da Forbes Advisor (2024) mostram que quase 50% desses jovens utilizam redes sociais como principais fontes de informação, substituindo mecanismos de busca tradicionais. Plataformas como Instagram, TikTok e YouTube dominam o cotidiano desses estudantes, que preferem conteúdos visuais, curtos e interativos, com feedback instantâneo e aplicabilidade imediata — o chamado microlearning.
Embora a tecnologia ofereça novas oportunidades de aprendizado, também traz alertas. Pesquisas do MIT apontam queda de até 47% na atividade neural e na resposta emocional entre usuários frequentes de IA generativa, como o ChatGPT, especialmente quando usada para escrever textos prontos. Estudantes que recorrem à ferramenta registraram desempenho 6,7 pontos abaixo da média em avaliações escritas. Ainda assim, os pesquisadores destacam que, se bem orientada, a IA pode apoiar o aprendizado crítico e o uso prático do conhecimento.
Para Andrea Piloto, diretora pedagógica da Escola Vereda, o papel das escolas é reinventar o processo educativo, equilibrando inovação e reflexão. “Quando o aluno produz um vídeo didático no TikTok ou elabora um roteiro com o ChatGPT, ele ativa a criatividade e o raciocínio. A diferença está em usar essas ferramentas de forma intencional, para gerar aprendizado ativo e não apenas consumo de conteúdo”, afirma.
Segundo Andrea, a tecnologia não deve substituir o ensino tradicional, mas ampliá-lo. “Não basta trocar o giz por um aplicativo. O ideal é combinar leitura profunda, escrita manual, debate presencial e recursos digitais. É essa integração que forma a memória, o pensamento crítico e a autonomia do estudante.”
Outro ponto essencial é a reciclagem docente. “Os professores precisam dominar os recursos tecnológicos e orientar os alunos sobre seus limites. A IA pode ser uma aliada, desde que usada com consciência e supervisão pedagógica”, reforça a educadora.
Contraste entre gerações salta aos olhos
Se os estudantes do passado valorizavam a memorização e a leitura linear, os jovens atuais preferem o aprendizado horizontal, por meio de vídeos curtos, fóruns e experiências compartilhadas. Ainda assim, três em cada quatro jovens afirmam considerar o contato presencial com professores e colegas essencial para o aprendizado — um dado que reafirma o valor da convivência humana na era digital.
Na avaliação de Andrea, “o aprendizado deixou de ser linear. Hoje, ele acontece em múltiplos formatos — um livro, um vídeo, um podcast, uma conversa — e o papel da escola é costurar essa diversidade, para que o aluno não apenas consuma informação, mas a compreenda e a transforme em conhecimento aplicável.”
A revolução digital não substitui a educação tradicional, mas a provoca e reinventa. Livros, cadernos e telas não competem: coexistem. Para a Geração Z, aprender é mais do que absorver conteúdo — é conectar ideias, refletir e dar propósito ao conhecimento. O desafio das escolas e famílias é transformar o excesso de informação em experiências significativas, capazes de formar cidadãos críticos, criativos e preparados para um mundo em constante transformação.
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