Saúde • 13:03h • 28 de dezembro de 2025
Gestação emocional, como sentimentos moldam o bebê antes do nascimento
Especialista explica como emoções da gestante influenciam o desenvolvimento emocional do bebê ainda no útero
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação
A gestação costuma ser associada às transformações físicas, aos exames e aos cuidados médicos. Mas existe um território igualmente decisivo e muitas vezes silencioso, o emocional. Segundo o psicólogo Manoel Augusto Bissaco, especialista em psicologia pré e perinatal, o bebê não é apenas um espectador desse período, ele participa ativamente do estado emocional da mãe desde o início da vida intrauterina.
Para o especialista, o útero funciona como o primeiro ambiente emocional do ser humano. Emoções, hormônios, batimentos cardíacos e padrões de respiração da gestante atravessam o corpo e chegam ao bebê como sinais constantes. “O bebê não compreende emoções como um adulto, mas sente as alterações no organismo da mãe. Cada estado emocional gera uma informação que chega até ele”, explica.
O papel do estresse e do cortisol na gestação
Entre os fatores mais estudados pela ciência está o cortisol, conhecido como o hormônio do estresse. Situações prolongadas de ansiedade, medo ou pressão emocional elevam os níveis desse hormônio no corpo da gestante. O cortisol atravessa a placenta e alcança o bebê, que responde com alterações no ritmo cardíaco e nos movimentos.
Segundo Manoel, esse processo não deve ser encarado com culpa ou medo. “Nenhuma gestação acontece sem emoções difíceis. O ponto central não é eliminar o estresse, mas observar como a mãe lida com ele. O bebê sente muito mais a forma como a emoção é acolhida do que a emoção em si.”
Quando o estresse se torna constante e não elaborado, o feto passa a experimentar o ambiente intrauterino como um estado permanente de alerta. Isso pode influenciar a formação do sistema nervoso e a maneira como essa criança irá reagir a estímulos e desafios emocionais no futuro.
Emoções positivas também deixam marcas
Da mesma forma que o estresse impacta, sentimentos de segurança, tranquilidade e afeto também moldam o desenvolvimento emocional do bebê. Estados de bem-estar estimulam a liberação de hormônios como ocitocina e serotonina, associados à sensação de vínculo e calma, que também atravessam a placenta.
“Quando a mãe se acalma, respira fundo, conversa com o bebê ou simplesmente toca a barriga com presença, o bebê sente essa mudança. São experiências que funcionam como as primeiras memórias afetivas”, afirma o especialista. Essas vivências contribuem para um sistema nervoso mais equilibrado e responsivo.
Cuidar da mente também é pré-natal
Para Manoel Augusto Bissaco, o cuidado emocional durante a gestação deve ser tratado com a mesma seriedade que os exames físicos. Terapia, grupos de apoio, caminhadas, práticas de respiração, meditação e momentos de pausa ajudam a regular o estado emocional da gestante e, consequentemente, do bebê.
“A gestação não é apenas a formação de um corpo. É o início de uma história emocional compartilhada. Quando a mãe se acolhe, reconhece seus limites e busca apoio, ela oferece ao bebê um ambiente interno mais seguro”, explica.
O especialista reforça que não se trata de buscar uma gestação perfeita, mas consciente. “O bebê aprende a sentir com a mãe. A forma como ela se trata durante a gravidez costuma se tornar a base de como essa criança aprenderá a se tratar emocionalmente ao longo da vida.”
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