Saúde • 18:50h • 20 de julho de 2025
Hábitos alimentares e obesidade estão ligados ao aumento de câncer em jovens
Estilo de vida moderno preocupa especialistas diante de crescimento de quase 80% nos casos em pessoas com menos de 50 anos
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Experta Media | Foto: Divulgação

A combinação de maus hábitos alimentares, sedentarismo e obesidade está no centro das discussões sobre o aumento expressivo de casos de câncer entre adultos com menos de 50 anos. Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), a incidência global nessa faixa etária cresceu quase 80% nos últimos 30 anos. No mesmo período, a mortalidade entre jovens adultos subiu 28%, acendendo um alerta em órgãos de saúde e especialistas em todo o mundo.
Embora o câncer continue sendo mais prevalente entre pessoas acima dos 60 anos, os diagnósticos precoces se tornaram um fenômeno que merece atenção especial. Um estudo publicado no periódico BMJ Oncology indica que os tipos de câncer mais comuns entre jovens adultos são o colorretal, o de mama, o de estômago e o de pulmão.
O estilo de vida moderno surge como fator central para explicar o aumento. Dietas ricas em alimentos ultraprocessados, consumo elevado de açúcar e gordura, sedentarismo, privação de sono e estresse crônico criam condições favoráveis ao desenvolvimento de doenças crônicas — incluindo o câncer.
A médica e professora da Universidade George Washington, Leana Wen, destacou em entrevista que os cânceres de mama, traqueia, brônquios, pulmão, estômago e colorretal são os que mais geram óbitos entre o público jovem. Para Wen, os hábitos alimentares desequilibrados e a obesidade são apenas parte de um cenário mais amplo, que inclui fatores ambientais como carcinógenos presentes no ar e na água.
Um estudo da American Cancer Society (ACS), publicado na revista The Lancet Public Health, aponta crescimento na incidência de cânceres relacionados à obesidade em adultos de 25 a 49 anos. A entidade destaca que os fatores comportamentais são modificáveis e, portanto, ações de prevenção são possíveis.
Panorama no Brasil
Em território nacional, ainda que os dados sejam limitados, o movimento já é percebido por especialistas. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) indica aumento nos diagnósticos entre jovens, principalmente nos tipos de câncer de mama, tireoide, cólon e reto.
O câncer colorretal chama atenção por afetar cada vez mais pacientes sem histórico familiar da doença a principal forma de rastreamento ainda se baseia na incidência entre parentes. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) alerta que muitos casos são descobertos já em estágio avançado, dada a evolução silenciosa do tumor.
A preocupação de órgãos e pesquisadores se reflete em discussões sobre campanhas de conscientização, políticas públicas e a importância do diagnóstico precoce. Afinal, mudanças de comportamento são consideradas a melhor forma de prevenir grande parte desses casos.
A OMS reforça que hábitos saudáveis como alimentação balanceada, prática regular de atividade física, redução do consumo de álcool e tabaco, podem reduzir significativamente o risco de desenvolver câncer. O desafio é engajar a população, especialmente os mais jovens, para que adotem práticas preventivas desde cedo e evitem o impacto devastador de diagnósticos precoces.
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