Cultura e Entretenimento • 12:01h • 09 de dezembro de 2024
Hip hop pode se tornar patrimônio imaterial do Brasil, defendem artistas
Movimento cultural busca maior valorização e apoio para artistas da periferia, defendendo o hip hop como vetor de transformação social
Da Redação | Com informações da Agência Brasil | Foto: Wilson Dias

A valorização do hip hop como expressão cultural e social no Brasil ganhou força com a realização do 1º Seminário Internacional Construção Nacional do Hip Hop, realizado em Brasília até o final de outubro de 2024. A iniciativa tem como objetivo principal promover o movimento para que o hip hop seja reconhecido como patrimônio imaterial do Brasil, garantindo maior visibilidade e recursos para os artistas e ativistas envolvidos, especialmente da periferia.
Durante o evento, que contou com a presença de importantes figuras do movimento, foi destacado o impacto transformador do hip hop nas comunidades periféricas. A artista Claudia Maciel, que integra o comitê de juventude negra e é facilitadora do movimento em Ceilândia, defendeu que o reconhecimento oficial ajudaria a garantir mais apoio financeiro e institucional para os artistas, permitindo o fortalecimento da cultura nas ruas. Claudia ressaltou ainda a importância de um inventário que conta com mais de duas mil páginas, que documenta a trajetória do hip hop e seus efeitos sociais no Brasil.
Foto: MC Nenzin e Ricardo Soares Azevedo, conhecido como Palito | Foto: Wilson Dias
O movimento já se reflete em projetos de grande impacto social, como o trabalho de MC Nenzin, que, além de ser rapper, organiza batalhas de rap em Ceilândia, gerando empregos diretos e indiretos para a comunidade. O hip hop, de acordo com os defensores do movimento, é um vetor de transformação social, proporcionando aos jovens oportunidades de trabalho nas áreas de música, moda, dança, literatura e produção audiovisual, criando alternativas para quem, muitas vezes, não tem acesso a outras oportunidades profissionais.
O Seminário Internacional também evidenciou como o hip hop tem se tornado uma ferramenta de inclusão para os jovens da periferia, como o caso de Ricardo Soares Azevedo, conhecido como Palito. Ele, que começou em uma ONG de Ceilândia como professor de basquete de rua, teve sua vida transformada ao ingressar em um curso gratuito de audiovisual. Hoje, ele vive das filmagens e já fez produções para artistas locais e participou do Festival de Cinema de Brasília com seu próprio filme, "Faz seu Corre", que retrata a realidade dos jovens da periferia.
A proposta de reconhecimento oficial do hip hop como patrimônio imaterial busca não apenas preservar uma manifestação cultural genuína, mas também fortalecer o movimento, garantindo que os artistas possam se desenvolver de maneira mais estruturada, com mais acesso a recursos e maior respeito por sua arte.
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