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Saúde • 08:21h • 23 de abril de 2025

Hipertensão ainda mata muitas mulheres durante a gravidez no Brasil, aponta estudo

Mesmo sendo uma condição tratável e prevenível, a hipertensão segue tirando a vida de milhares de gestantes no país

Da Redação com informações de Agência Brasil | Foto: Arquivo/Andre Borges/Agência Brasília

Especialistas alertam que a prevenção começa cedo, ainda no início da gestação, e depende de um pré-natal bem feito, medicamentos acessíveis e atenção aos sinais de alerta.
Especialistas alertam que a prevenção começa cedo, ainda no início da gestação, e depende de um pré-natal bem feito, medicamentos acessíveis e atenção aos sinais de alerta.

Mesmo sendo uma condição que pode ser evitada com medidas simples, a hipertensão segue como uma das principais causas de morte materna no Brasil. Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que analisou dados de 2012 a 2023, mostra que o problema persiste e tem forte ligação com desigualdades sociais e raciais.

De acordo com a pesquisa, mulheres indígenas morrem por causas relacionadas à hipertensão na gestação em uma taxa mais que o dobro da registrada entre mulheres brancas. Para as mulheres pretas, o risco é quase três vezes maior.

Os pesquisadores destacam que não há fatores biológicos que expliquem essa diferença. O que existe, segundo o estudo, são condições sociais mais difíceis, como pobreza, menor escolaridade e acesso precário à saúde. Além disso, o racismo estrutural também pesa: muitas dessas mulheres enfrentam tratamentos desiguais e, por vezes, desrespeitosos nos serviços de saúde — o que pode fazer com que evitem buscar atendimento.

11 anos de dados: quase 21 mil mortes

Entre 2012 e 2023, foram registradas quase 21 mil mortes maternas no Brasil. Dessas, 3.721 (cerca de 18%) ocorreram por complicações da hipertensão. A taxa geral de mortalidade foi de 61,8 por 100 mil nascidos vivos — abaixo do teto de 70 estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas ainda distante dos países mais desenvolvidos, onde esse número gira entre 2 e 5.

Especificamente no caso da hipertensão, a taxa média brasileira foi de 11 mortes por 100 mil nascimentos. Esse número se manteve estável ao longo da década, com exceção de 2023, quando caiu para 8,7. Os pesquisadores, porém, tratam essa queda com cautela, já que pode se tratar de uma variação pontual.

O pico da série ocorreu em 2022, com 11,94 mortes por 100 mil nascimentos — consequência, segundo os autores, do impacto da pandemia, que prejudicou a assistência obstétrica em todo o país.

Prevenção começa no pré-natal

Para o professor José Paulo Guida, da Unicamp, que participou do estudo, a maioria dessas mortes poderia ser evitada com pré-natal iniciado ainda no primeiro trimestre da gestação — o que muitas mulheres, principalmente as que vivem longe dos grandes centros, não conseguem fazer.

"Uma mulher não morre de repente. Em muitos momentos da gestação, teria sido possível intervir", afirma Guida. No Brasil, o início do pré-natal costuma acontecer por volta da 16ª semana, o que, segundo ele, já é tarde para prevenir várias complicações.

O professor destaca que dois medicamentos simples — carbonato de cálcio e ácido acetilsalicílico (AAS) — podem reduzir em até 40% o risco de complicações, desde que comecem a ser usados antes da 16ª semana. O Ministério da Saúde passou a recomendar o uso de cálcio para todas as gestantes, e o AAS para aquelas com risco aumentado.

Mas para que isso funcione, é essencial que os profissionais de saúde saibam identificar esses riscos logo no primeiro atendimento: idade avançada, obesidade, hipertensão ou diabetes pré-existentes, histórico de complicações em gestações anteriores, entre outros.

Sinais de alerta e tratamento emergencial

Alguns sintomas podem indicar que a hipertensão está saindo do controle: dor de cabeça persistente, inchaço no rosto e nos braços, dor no estômago, náuseas e alterações na visão. Nesses casos, a gestante deve buscar atendimento imediatamente.

Nessas situações, o sulfato de magnésio é a principal arma para evitar convulsões — uma complicação grave que, segundo Guida, pode levar à morte em quase metade dos casos se não for tratada a tempo.

Mulheres acima dos 40 correm mais risco

O estudo mostra ainda que a mortalidade materna por hipertensão aumenta significativamente a partir dos 40 anos. Nessa faixa etária, a média foi de 31 mortes por 100 mil nascimentos. A explicação está no fato de que muitas dessas mulheres já engravidam com condições crônicas como hipertensão ou diabetes, o que aumenta o risco.

Além disso, os números podem estar subestimados. Isso porque cerca de 2.400 mortes foram atribuídas a hemorragias — um desfecho que pode ser causado por complicações hipertensivas, como a queda nas plaquetas e dificuldade de coagulação.



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