Saúde • 15:50h • 20 de setembro de 2025
Hipervitaminose: entenda os riscos do consumo indiscriminado de suplementos
Nutricionista explica que vitaminas e minerais são essenciais, mas consumo indiscriminado pode causar hipervitaminose, interações medicamentosas e até dependência emocional
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação
O interesse por suplementos nunca esteve tão em alta. Das gominhas coloridas aos coquetéis intravenosos, as redes sociais estão repletas de promessas de energia, imunidade e longevidade. No entanto, o entusiasmo crescente esconde riscos importantes: o consumo excessivo de nutrientes, conhecido como hipervitaminose, pode sobrecarregar órgãos vitais e trazer complicações sérias.
Segundo a nutricionista Marina Gorga, especialista em nutrição funcional e fundadora do Studio Gorga Bem-Estar, a suplementação deve ser usada como recurso terapêutico e não como modismo. “Nem sempre mais é melhor. Quando falamos de nutrientes, o excesso pode ser tão prejudicial quanto a falta”, afirma. Vitaminas lipossolúveis como A, D, E e K, por exemplo, podem se acumular no organismo, afetando fígado, rins e até o sistema cardiovascular.
A especialista explica que o excesso de um nutriente pode atrapalhar a absorção de outro. A vitamina D em doses elevadas compete com a vitamina A, importante para saúde ocular, reprodutiva e tireoidiana. O ferro, quando consumido em excesso, pode gerar efeitos pró-oxidativos e causar desequilíbrio celular. Além disso, suplementos podem interagir com medicamentos: compostos como 5-HTP e cafeína podem alterar o efeito de ansiolíticos e antidepressivos.
Outro ponto de preocupação são os chamados “soros da moda”. A prática da soroterapia, popularizada como coquetéis de revitalização, deve ser restrita a casos de deficiências comprovadas ou pacientes impossibilitados de usar suplementos orais. “Aplicar soro em uma pessoa saudável não traz benefícios sustentáveis e pode mascarar sintomas importantes”, alerta Marina.
O uso desmedido também pode afetar o comportamento. A especialista destaca que muitas pessoas desenvolvem dependência emocional da suplementação, acreditando não conseguir manter a saúde sem cápsulas ou soros. “O suplemento é uma ferramenta, mas nunca substitui sono adequado, alimentação equilibrada e atividade física”, resume.
Para quem realmente precisa, a suplementação deve ser prescrita com base em exames bioquímicos e anamnese detalhada. De acordo com Marina, fórmulas genéricas, comuns em clínicas e lojas, podem conter doses muito altas — sem respaldo científico — ou tão baixas que não têm efeito algum, apenas impacto financeiro.
Aviso legal
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, integral ou parcial, do conteúdo textual e das imagens deste site. Para mais informações sobre licenciamento de conteúdo, entre em contato conosco.
Últimas Notícias
As mais lidas
Mundo
Todos os paulistanos são paulistas, mas nem todos os paulistas são paulistanos; entenda
Termos que definem identidade e pertencimento no Estado de São Paulo