Saúde • 14:15h • 13 de novembro de 2025
HIV e odontologia: mitos, cuidados e avanços no atendimento a soropositivos
Especialistas reforçam que o paciente com HIV pode ter vida saudável e receber todos os tratamentos odontológicos com segurança
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Mindpress Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
Apesar dos avanços científicos e clínicos, ainda existem preconceitos e desinformações sobre o atendimento odontológico a pessoas que vivem com HIV. A síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) é causada por um vírus que ataca o sistema imunológico, tornando o organismo mais vulnerável a infecções oportunistas, mas o portador pode estar saudável e ter uma vida normal.
O cirurgião-dentista Dr. Mauro Macêdo, membro da Academia Brasileira de Odontologia, destaca que é fundamental combater os mitos que cercam o tema. Um dos mais comuns, segundo ele, é o medo da transmissão por meio do beijo. “O beijo no rosto ou na boca não transmite o HIV”, esclarece o especialista.
As principais formas de transmissão do vírus continuam sendo o sexo anal e vaginal sem proteção, o compartilhamento de seringas, a transfusão de sangue contaminado, a amamentação materna e o uso de instrumentos perfurocortantes sem esterilização adequada. O sexo oral também pode representar risco quando há feridas ou inflamações na cavidade oral, como periodontite.
Entre as manifestações mais frequentes do HIV na cavidade bucal estão:
- Candidíase oral, caracterizada por placas esbranquiçadas ou amareladas, que podem ser o primeiro sinal da infecção;
- Queilite angular, inflamação persistente nos cantos da boca;
- Gengivite e periodontite ulcerativa necrosante, com odor forte e dor;
- Herpes simples e zoster;
- Leucoplasia pilosa oral, placas brancas na língua que não se removem;
- Aftas e úlceras mucocutâneas;
- Sarcoma de Kaposi, tumor vascular que pode afetar o palato.
De acordo com o Dr. Macêdo, o atendimento odontológico ao paciente com HIV deve começar com transparência e acompanhamento médico. “É importante que o paciente comunique sua condição ao dentista para que sejam tomados os cuidados adequados”, afirma.
Antes de iniciar o tratamento, o profissional pode solicitar exames laboratoriais, como hemograma completo, contagem de linfócitos CD4 e CD8 e carga viral, para avaliar o grau de imunidade e definir o momento mais seguro para realizar cirurgias, implantes ou outros procedimentos.
O especialista reforça que o risco de contaminação no consultório odontológico é praticamente inexistente. “Os protocolos de biossegurança adotados nas clínicas são rigorosos e cientificamente comprovados. Os instrumentos passam por processos de esterilização que eliminam completamente qualquer agente infeccioso”, explica.
A conscientização e o preparo profissional, segundo o cirurgião-dentista, são fundamentais para garantir que o paciente com HIV receba atendimento humanizado, seguro e livre de estigma.
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