Responsabilidade Social • 17:04h • 25 de novembro de 2025
Ilha da Amazônia terá novo sistema sustentável criado por docente da Unesp
Iniciativa utilizará materiais típicos da região e se baseará em conceitos aplicados no projeto Casa da Floresta, já erguido na periferia de Belém
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência SP | Foto: Governo de SP
Um observatório localizado em uma ilha no rio Pará, no estado do Pará, receberá um novo sistema de construção sustentável desenvolvido por docentes da Unesp. O projeto, criado em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) e financiado pelo programa Pró-Amazônia do CNPq, usará materiais naturais da região para criar estruturas leves, resistentes e modulares.
A iniciativa amplia a experiência da Casa da Floresta, construída em Acará durante a COP 30. Feita com bambu e folhas de palmeira buçu, a Casa da Floresta combina materiais regionais, ventilação natural e aproveitamento da luz para reduzir impactos ambientais.
O novo protótipo será instalado na Ilha de Tatuoca, onde funciona o Observatório Magnético desde 1957. A escolha do local está ligada à extrema sensibilidade dos equipamentos usados para medir o campo geomagnético da Terra. Qualquer metal pode interferir nos dados, por isso a construção deve usar apenas materiais naturais.
As estruturas serão formadas por módulos pré-fabricados, leves e fáceis de transportar por barco, o que também pode beneficiar comunidades ribeirinhas que enfrentam dificuldades para receber materiais de construção convencionais. A proposta é criar soluções que respeitem a logística amazônica e reduzam impactos ambientais.
O projeto é coordenado pelo professor Carlos Emmerson Ferreira da Costa (UFPA), cujo laboratório trabalha com insumos da biodiversidade amazônica. Entre os avanços recentes está um bioplástico feito com óleo de castanha de andiroba, exemplo de como produtos regionais podem fortalecer cadeias produtivas locais.
A pesquisa será dividida em três etapas: seleção e análise de fibras e materiais nativos; criação de painéis modulares com técnicas de prensagem e moldagem; e validação do modelo junto a comunidades amazônicas. Após os testes, o protótipo será instalado em Tatuoca para verificar se não causa interferência magnética.
A expectativa é que essa seja a primeira solução brasileira a unir sustentabilidade amazônica e compatibilidade magnética, servindo tanto para pesquisas científicas quanto para aprimorar construções de comunidades tradicionais. A proposta também oferece uma alternativa ao antigo prédio do observatório, antes feito com madeira de ipê — hoje inviável por custo e impacto ambiental.
Segundo os pesquisadores, o novo sistema modular permitirá reparos rápidos e ajudará a fortalecer atividades extrativistas ao possibilitar a criação de estruturas leves para armazenamento e apoio ao trabalho local. A ideia é oferecer tecnologia que gere renda, qualidade de vida e preservação da floresta.
Aviso legal
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, integral ou parcial, do conteúdo textual e das imagens deste site. Para mais informações sobre licenciamento de conteúdo, entre em contato conosco.
Últimas Notícias
As mais lidas
Mundo
Todos os paulistanos são paulistas, mas nem todos os paulistas são paulistanos; entenda
Termos que definem identidade e pertencimento no Estado de São Paulo